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Lula afirma que Trump evita diálogo sobre tarifas brasileiras: 'Ele não quer conversar'

O presidente brasileiro destaca que não pretende insistir em contato direto e mantém equipe para negociações.
Lula afirma que Trump evita diálogo sobre tarifas brasileiras: 'Ele não quer conversar'Gettyimages.ru / Ton Molina

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não demonstra interesse em dialogar sobre as tarifas de 50% aplicadas a produtos brasileiros. Lula ressaltou que não pretende insistir em contato direto com o republicano. As declarações se deram em entrevista ao SBT News na sexta-feira.

"Não passou da hora porque ele não quer conversar. É importante vocês dizerem alto e bom som: ele não quer conversar. Eu tenho Alckmin, Haddad e Mauro Vieira para conversar", declarou.

Lula comentou que a postura dos EUA em relação ao Brasil tem um caráter político, mas que ele mantém a serenidade diante da situação. "A carta do Trump mostra que é política. A carta do Trump se intromete no Poder Judiciário brasileiro, se intromete na soberania brasileira, se intromete na legislação brasileira. Isso não existe em lugar nenhum do mundo. Cada um dá palpite no seu quintal, cuida do seu galinheiro. O nosso, nós cuidamos", afirmou.

O presidente brasileiro destacou que sua experiência política o preparou para lidar com negociações difíceis. "Olha, se tem uma coisa que eu aprendi a fazer foi negociar, e negociar com magnatas. Portanto, o dia que o Trump quiser negociar, ele tem um metalúrgico preparado para negociar com ele", disse Lula.

Declarações de Trump sobre governo Lula

Na mesma data, Donald Trump afirmou que o governo brasileiro mudou "radicalmente" e que "ficou muito de esquerda, esquerda radical".

"Temos um ótimo relacionamento com o povo do Brasil, mas o governo brasileiro mudou radicalmente, tornou-se muito de esquerda, uma esquerda muito radical, e isso está prejudicando gravemente o Brasil. Eles estão indo muito mal", disse Trump.

O republicano fez a declaração durante entrevista no Salão Oval da Casa Branca, em resposta a perguntas sobre a possibilidade de restringir as comitivas estrangeiras que participarão da Assembleia Geral da ONU, conforme reportado pela Associated Press.