
CNN: Trump avalia atacar alvos dentro da Venezuela

O presidente dos EUA, Donald Trump, estaria avaliando realizar ataques militares contra alvos dentro do território venezuelano, como parte de uma estratégia para "enfraquecer" o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reportou a CNN nesta sexta-feira (5), citando fontes familiarizadas com os planos do governo norte-americano.

Segundo o veículo, o mandatário estuda "uma multitude de opções" para atingir locais supostamente usados pelo narcotráfico na Venezuela. De acordo com uma fonte, o ataque realizado na terça-feira (2) contra um barco que teria partido da Venezuela com drogas faz parte de uma dessas opções.
Nesse contexto, a Casa Branca pretendia intensificar suas operações militares e forçar a saída de Maduro pela força, embora durante coletiva de imprensa o próprio presidente dos Estados Unidos tenha negado nesta sexta-feira (5) que seu governo estivesse trabalhando para uma "mudança de regime" no país sul-americano.
"Não estamos falando sobre isso ", disse ele quando questionado pela imprensa sobre o assunto. Ele ainda afirmou que a Venezuela teve "uma eleição muito estranha", disse Trump.
"E só para deixar claro: estou sendo muito gentil quando digo isso. Só posso dizer que bilhões de dólares em drogas estão entrando em nosso país vindos da Venezuela", acrescentou, apesar de os relatórios oficiais da ONU e outras entidades internacionais contradizerem a afirmação.
Por outro lado, em 28 de agosto, a porta-voz presidencial de Trump, Karoline Leavitt, não descartou que os EUA lançassem um ataque militar contra território venezuelano.
"Não vou me adiantar ao presidente com relação a qualquer ação militar ou assuntos a esse respeito. Mas o que lhes direi é que muitas nações do Caribe e da região aplaudiram as operações e os esforços desta administração contra as drogas", disse Leavitt na ocasião.
O "erro" de Trump, segundo Maduro
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, dirigiu-se ao seu homólogo americano, Donald Trump, nesta sexta-feira (5), pedindo que os Estados Unidos interrompam a busca por uma "mudança violenta de regime" na Venezuela.
"Digo ao presidente Donald Trump, mais uma vez da bela Caracas, da pacífica Venezuela: 'A tentativa de alguns de seus funcionários de provocar uma mudança de regime na Venezuela é mais uma vez um erro'", declarou o presidente após anunciar a implementação da milícia venezuelana.
Ele também afirmou que "tentar criar um caso falso […] sobre o assunto do tráfico de drogas para atacar um país, criticar as instituições de um país, é tentar encobrir uma mudança de regime com um caso sujo ao estilo de Hollywood […]".
"O governo dos EUA deve abandonar seu plano de mudança violenta de regime na Venezuela e em toda a América Latina e Caribe, e respeitar a soberania, o direito à paz e a independência de nossos países, heroicamente conquistados por nossos libertadores", alertou.
Maduro rebate acusações de Trump sobre drogas
Maduro respondeu às acusações de seu homólogo americano sobre o papel da Venezuela no tráfico internacional de drogas, descrevendo-as como "histórias falsas".
"De onde tiraram essa alegação de que a Venezuela é um país produtor e vendedor de drogas? Com todo o respeito, eu lhe digo, Sr. Presidente Trump: aqui na Venezuela, o senhor é respeitado. E a Venezuela respeita para ser respeitada. E com o respeito que conquistamos, nós lhe dizemos: esses relatórios de inteligência que eles lhe passam não são verdadeiros", declarou.
Maduro sugeriu que "alguém sensato" fornecesse a Trump os números reais. "Vou enviá-los ao Presidente Trump. Já disse isso muitas vezes: eu o respeito. Tivemos e continuamos a ter diferenças. Agora, nenhuma das diferenças que tivemos e continuamos a ter pode levar a um conflito militar de alto impacto ou à violência na América do Sul e na nossa América. Nenhuma. Não há justificativa", concluiu.


