
Países da CELAC condenam presença militar extra-regional na América Latina e no Caribe

Vinte países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) divulgaram nesta sexta-feira (5) um comunicado conjunto expressando "profunda preocupação" com o recente deslocamento de forças militares de países de fora da região.
O grupo condena a presença militar extra-regional e faz um apelo pela preservação da América Latina e do Caribe como uma Zona de Paz.

A declaração é assinada por Antígua e Barbuda, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Dominica, Granada, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Uruguai e Venezuela.
O documento reafirma compromissos históricos da CELAC com o diálogo, o multilateralismo, a não intervenção em assuntos internos e o direito dos povos à autodeterminação.
"Recorda-se que a América Latina e o Caribe foram proclamados como Zona de Paz", destaca o texto, ao citar princípios como o respeito irrestrito à soberania, a solução pacífica de controvérsias e a rejeição ao uso da força como meio de pressão.
O comunicado também menciona o Tratado de Tlatelolco, assinado em 1967, que tornou a região a primeira zona densamente povoada do mundo livre de armas nucleares.
Os países signatários afirmam que o tratado continua sendo um símbolo da vocação regional pela segurança coletiva e pela proscrição definitiva desses armamentos.
Além disso, os Estados da CELAC alertam que o crime organizado transnacional e o narcotráfico representam ameaças significativas à estabilidade regional. Por isso, reafirmam o compromisso de intensificar a cooperação regional e internacional no enfrentamento dessas ameaças, sempre respeitando o Direito Internacional e os acordos em vigor.
"Os países da CELAC signatários desta declaração fazem um apelo à promoção de um ambiente seguro e reiteram seu firme compromisso com a defesa da paz, da estabilidade, da democracia e do desenvolvimento em toda a região", conclui a nota.

