Em frente ao Capitólio, sobreviventes dos abusos cometidos por Jeffrey Epstein pediram, nesta quarta-feira (3), apoio ao projeto de lei que obriga a divulgação de todos os arquivos relacionados ao caso, informou a imprensa.
A proposta, chamada Lei de Transparência dos Arquivos de Epstein, já conta com a maioria das assinaturas permitidas para avançar na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
A medida busca obrigar o Departamento de Justiça, o FBI e outras agências federais a liberar documentos sobre o ex-financista, mantendo apenas informações pessoais em sigilo. A tramitação ocorre por meio de uma "petição de descarga", mecanismo que permite levar um projeto ao plenário sem o aval da liderança, caso obtenha apoio da maioria da Casa.
Pressão no Congresso
Ainda segundo a mídia, o deputado republicano Thomas Massie, coautor da proposta, afirmou estar perto das 218 assinaturas ordinárias. Segundo ele, todos os 212 democratas deverão aderir, restando apenas seis republicanos. "Espero que encontrem coragem", declarou.
Durante o ato, a sobrevivente Anouska De Georgiou destacou que comparecer ao evento "tem um custo profundo para a minha saúde mental", mas reforçou que a iniciativa é "realmente importante". Ela também pediu ao presidente Donald Trump que ajudasse a viabilizar a liberação dos documentos.
Outra vítima, Annie Farmer, disse ter sido levada aos 16 anos para passar um fim de semana com Epstein e Ghislaine Maxwell. "Por tantos anos, parecia que o comportamento de Epstein era um segredo aberto", afirmou.
Novos documentos revelados
O debate no Congresso ganhou força após a divulgação de novos documentos na terça-feira (2). A Comissão de Supervisão da Câmara liberou 33.295 páginas ligadas a Epstein, em cumprimento a intimações ao Departamento de Justiça. No entanto, apenas 3% dos documentos são novos.
Segundo parlamentares, a principal novidade são menos de mil páginas com registros de voos do avião de Epstein, além de formulários de reingresso nos EUA. O presidente da comissão, James Comer, classificou a versão como um "primeiro lote". Em fevereiro, outro repositório de arquivos já havia sido publicado, contendo agendas, registros de voos e listas de contatos de Epstein, com grandes seções censuradas.
A Casa Branca chamou a iniciativa legislativa de "ato hostil", enquanto o presidente Trump afirmou que a pressão para divulgar os documentos é "uma farsa democrática que nunca termina". Mesmo que aprovado na Câmara, o projeto ainda precisará passar pelo Senado e pela sanção presidencial. Caso haja veto, só poderá avançar com apoio de dois terços do Congresso.
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