Trump acusa a Venezuela de ser um 'ator muito ruim'

Os EUA já enviaram forças navais e aéreas para o sul do Mar do Caribe sob o pretexto de combater o narcotráfico. Caracas alega que se trata de atos de agressão que não correspondem à realidade.

O presidente dos EUA, Donald Trump, acusou a Venezuela de ser um "ator muito ruim" nesta quarta-feira (03).

"A Venezuela tem sido um ator muito ruim", disse o presidente dos EUA durante uma coletiva de imprensa com o presidente polonês Karol Nawrocki na Casa Branca.

Trump emitiu essa declaração após afirmar na terça-feira que tropas americanas abateram "um navio que transportava drogas, uma grande quantidade de drogas", que havia saído da Venezuela.

O presidente também publicou um vídeo do ataque, alegando que foram mortas 11 pessoas. A veracidade do ataque foi questionada por Caracas: "Parece que Marco Rubio continua mentindo para seu presidente: depois de levá-lo a um beco sem saída, agora lhe oferece um vídeo de IA (assim comprovado) como 'prova'. O que a Gemini diz sobre este vídeo?", escreveu o Ministro da Comunicação e Informação da Venezuela, Freddy Ñáñez.

Pressões sobre a Venezuela

Em meados de agosto, os EUA anunciaram o deslocamento de forças navais e aéreas para o sul do mar do Caribe, sob o pretexto do combate ao narcotráfico. Caracas afirma que estas são ações de agressão que não correspondem à realidade, dada a ausência de provas que sustentem a versão da Justiça norte-americana.

Na segunda-feira (01), o presidente venezuelano Nicolás Maduro declarou que seu país "enfrenta a maior ameaça" dos últimos 100 anos e alertou: "Oito navios militares, com 1.200 mísseis e um submarino nuclear, estão mirando a Venezuela". "É uma ameaça extravagante, injustificável, imoral, criminosa e sangrenta", afirmou, acrescentando que sua nação "jamais cederá a chantagens e ameaças de ninguém".

Em resposta, o governo apelou ao alistamento voluntário. Maduro anunciou no mesmo dia que um "número consolidado" de 8,2 milhões de venezuelanos havia respondido ao chamado.

A ameaça militar dos EUA foi rejeitada por vários países latino-americanos. As nações que compõem a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) condenaram o envio de tropas em uma cúpula virtual.

Os líderes de Cuba, México, Colômbia e Bolívia também criticaram as ações de Washington. A eles se juntaram a Irã, China e Rússia, com quem o governo venezuelano mantém laços estreitos.