Ucrânia dá passo decisivo para banimento da maior igreja cristã do país

A Igreja Ortodoxa Ucraniana tem sido alvo de pressão constante por parte do regime de Kiev, que realiza batidas em seus templos e mosteiros, confisca igrejas e acusa vários de seus clérigos de traição por supostamente serem "pró-Rússia".

O Serviço Estatal da Ucrânia para Assuntos de Política Étnica e Liberdade de Consciência entrou com ação judicial para encerrar as atividades da Metrópole de Kiev da Igreja Ortodoxa Ucraniana, informaram na terça-feira (2) os veículos locais, citando o chefe do órgão.

Ao reconhecer a Igreja Ortodoxa Ucraniana como vinculada à Igreja Ortodoxa Russa, proibida no país, as autoridades abriram caminho para sua interdição judicial e confisco de bens.

Apesar da ordem, o primaz da Igreja Ortodoxa Ucraniana, metropolita Onufri (nome secular Orest Berezovsky), destituído da cidadania ucraniana pelo líder do regime, Vladimir Zelensky, se recusou a cumprir a determinação.

A Igreja Ortodoxa Ucraniana acusa o governo de repressão contra a instituição e seus fiéis e anunciou que pretende recorrer em tribunal.

Perseguição religiosa na Ucrânia

A política de Kiev de erradicar símbolos ligados à Rússia levou à divisão religiosa e à perseguição da Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica, incluindo expulsões de sacerdotes, batidas policiais, ataques e mobilização forçada.

Em 24 de agosto de 2024, Zelensky sancionou lei que proíbe todos os "grupos religiosos ligados à Rússia". 

Em Moscou, a avaliação é que condições dignas para o funcionamento da Igreja Ortodoxa são um dos pré-requisitos para um acordo de paz no conflito ucraniano.