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Fundador do Telegram revela como o Governo dos EUA tentou controlar a rede social

Pavel Durov afirma que foi "pressionado" pelo FBI durante sua estada nos EUA.
Fundador do Telegram revela como o Governo dos EUA tentou controlar a rede socialLegion-media.ru / Omar Marques / SOPA Images/Sipa USA

O Governo dos Estados Unidos tentou criar uma 'porta dos fundos' no Telegram para espionar seus usuários, declarou o fundador da plataforma de mensagens instantâneas, Pavel Durov.

Em uma extensa entrevista com o jornalista norte-americano Tucker Carlson, publicada na terça-feira, o empresário nascido na Rússia disse que o escrutínio excessivo do FBI e dos serviços de segurança dos Estados Unidos foi uma das razões pelas quais ele abandonou a ideia de estabelecer a empresa na cidade de São Francisco, sede de grandes empresas de tecnologia.

"Recebemos muita atenção do FBI, das agências de segurança, onde quer que fôssemos", disse Durov a Carlson, descrevendo a experiência como "alarmante".

Portas dos fundos

O empresário, comumente chamado de 'o Zuckerberg russo', afirmou que um de seus principais funcionários lhe disse uma vez que o Governo dos EUA havia entrado em contato com ele. "Houve uma tentativa secreta de contratar meu engenheiro pelas minhas costas, por funcionários da segurança cibernética", revelou.

"Eles estavam tentando persuadi-lo a usar certas ferramentas de código aberto que ele então integraria ao código do Telegram e que, no meu entendimento, serviriam como backdoors", afirmou, enfatizando que acredita no relato do funcionário. "Não há razão para meu engenheiro inventar tais histórias".

Além disso, Durov revelou ter "experimentado pessoalmente pressões semelhantes" quando visitou os EUA, onde os serviços de inteligência o abordaram em várias ocasiões. "Sempre que eu ia aos EUA, dois agentes do FBI me encontravam no aeroporto e me faziam perguntas. Uma vez, eu estava tomando café da manhã às 9 horas e o FBI apareceu na casa que eu estava alugando", disse.

O empresário diz que entende os motivos das autoridades dos EUA para tentar vigiar a plataforma de mensagens, mas acredita que esse não é "um bom ambiente" para administrar uma rede "centrada na privacidade".