O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou nesta segunda-feira (1) que o país enfrenta "a maior ameaça das últimas décadas", ao denunciar que oito navios militares equipados com mil e duzentos mísseis e um submarino nuclear dos Estados Unidos estariam posicionados com armamento voltado para a Venezuela.
Segundo o mandatário, trata-se de uma ação "extravagante, injustificável, imoral e absolutamente criminosa".
Durante coletiva com veículos da imprensa internacional, Maduro afirmou que diante do que chamou de "pressão militar máxima", Caracas decretou "preparação máxima para a defesa da Venezuela".
Ele alertou que qualquer agressão contra o país representa um risco para toda a região: "Ameaçar a Venezuela é ameaçar o continente inteiro".
O líder venezuelano destacou que a resposta à ofensiva passa pela mobilização popular e militar interna, reforçando que a Revolução Bolivariana "está mais consolidada do que nunca", apesar das sanções e do bloqueio impostos pelo governo dos Estados Unidos, que classificou como derrotados.
"O comandante Hugo Chávez foi o líder mais importante dos últimos anos para a Venezuela e o mundo", declarou.
Maduro exaltou o que descreveu como uma nova democracia popular e consultiva no país, citando sete processos eleitorais realizados no último ano.
Segundo ele, a maioria da população venezuelana zela pela paz e pela estabilidade política alcançada. "Em um ano, a Venezuela realizou sete processos eleitorais como demonstração absoluta de democracia".
Ele também anunciou que o Plano das 7 Transformações (7T), elaborado a partir de mais de quatro milhões de debates em assembleias populares e sindicais, é o caminho para o desenvolvimento econômico, político e social do país.
"Não aceitamos que ninguém pretenda aplicar seu modelo em nosso país, porque nós mesmos temos o plano das 7T".
O presidente acusou o senador norte-americano Marco Rubio e o presidente do Equador, Daniel Noboa, de cumplicidade com redes criminosas.
Maduro afirmou que as empresas da família Noboa estariam envolvidas no envio de cocaína para a Europa e classificou o mandatário equatoriano como "títere [marionete] do império norte-americano".
Sobre a política internacional, Maduro disse que os canais diplomáticos com os EUA sempre existiram, mas agora estariam sendo manipulados.
O mandatário também reforçou que o Caribe quer paz e rejeita qualquer forma de intervenção estrangeira. Durante a coletiva, Maduro exigiu que os EUA respeitem o Tratado de Tlatelolco, que proíbe o uso de armas nucleares na América Latina e no Caribe.
O presidente venezuelano agradeceu ao povo venezuelano pela "firmeza patriótica" frente às ameaças e reiterou que o país está preparado para defender sua soberania. "Jamais seremos colônia nem escravos de ninguém. Vamos lutar para preservar a independência", declarou.