Governo prevê novas sanções dos EUA com início do julgamento de Bolsonaro

O ex-presidente começa a ser julgado na terça-feira (2) por tentativa de golpe de Estado, junto a outros integrantes do suposto núcleo golpista.

O governo brasileiro enxerga a possibilidade de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplique novas sanções contra Brasília com o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). A informação é do portal G1, divulgada neste domingo (31).

Bolsonaro é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ser o mandante de uma organização criminosa que visava mantê-lo no poder mesmo após sua derrota nas eleições de 2022. Juntamente com outros réus na Suprema Corte, o ex-presidente será julgado a partir de terça-feira (2).

Relembre:

No dia 9 de julho, Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros através de uma carta publicada em suas redes sociais. Ao longo do documento, atrelava a decisão, dentre outros fatores à investigação judicial enfrentada pelo ex-presidente brasileiro.

Posteriormente, no dia 19 do mesmo mês, o presidente norte-americano voltou a defender Jair Bolsonaro, explicando que a "tarifa alta" aplicada contra o Brasil estava relacionada ao tratamento concedido ao ex-presidente, descrito como ''um homem honesto''.

Acusados e acusações

Jair Bolsonaro é apontado pela PGR como "principal articulador, maior beneficiário e autor" das ações ligadas à suposta tentativa de golpe de Estado e faz parte do chamado núcleo crucial, que reúne:

Todos os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração do patrimônio tombado. Se condenado, Jair Bolsonaro pode pegar até 43 anos de prisão.

Confira o cronograma das oito sessões do julgamento (horário de Brasília):

Ordem da votação

Os réus serão julgados pela Primeira Turma do STF. Sendo assim, o primeiro a votar é o relator do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes. De acordo com matéria da Agência Brasil, em seguida votam, respectivamente, os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Turma.