O professor de Estudos Chineses da Universidade Jawaharlal Nehru, Srikanth Kondapalli, destacou em entrevista à RT as etapas-chave das relações entre Índia e China, que culminaram na primeira visita em sete anos do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ao gigante asiático, durante a 25ª cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), iniciada neste domingo (31) em Tianjin.
A primeira etapa foi a reunião entre Modi e o presidente chinês Xi Jinping na Cúpula do BRICS, em outubro do ano passado, na cidade russa de Kazan, quando ambos concordaram em avançar para a normalização das relações, significativamente deterioradas pelos confrontos de junho de 2020 na fronteira, que resultaram na morte de 20 soldados indianos e quatro militares chineses.
Desde então, os contatos entre Pequim e Nova Delhi foram reativados, o que se traduziu em uma série de atividades políticas e declarações nas quais ambas as partes destacaram a importância de melhorar as relações.
O especialista também mencionou a visita do ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, a Pequim em meados de julho deste ano, assim como a viagem a Nova Delhi, em agosto, de seu homólogo chinês, Wang Yi.
Os desenvolvimentos ocorrem no ano em que as duas nações celebram o 75º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas.
"Essas visitas lançaram as bases para a atual visita do primeiro-ministro Modi a Tianjin", ressaltou Kondapalli.
''Tango do dragão e do elefante''
O especialista também ressaltou declarações feitas no âmbito da cúpula da OCX, na qual se sugeriu que ambas as nações, como "antigas civilizações" do Oriente, trabalhem juntas para melhorar o bem-estar de seus povos, promover a solidariedade, impulsionar a revitalização dos países em desenvolvimento e o progresso da sociedade humana. Por sua vez, Modi destacou a confiança e o respeito mútuos como elementos centrais do relacionamento bilateral.
"A questão dos vistos já foi resolvida, (...) também foi anunciada a retomada de voos diretos. Quanto à fronteira, (...) foi proposta a criação de um mecanismo de grupos de trabalho e de especialistas, assim como reuniões a nível de comandantes nos três setores da fronteira", enumerou o analista.
"Então, há uma expectativa de normalização, mas vamos ver o que acontece", disse ele.