
Especialista explica 'tour' de Rubio pela América Latina: 'querem controlar o petróleo'

Em entrevista concedida neste sábado (30) à RT, o advogado e economista Lugwing Álvarez Rengifo afirmou acreditar que a presença política dos Estados Unidos na América Latina está ligada ao interesse em conter a influência chinesa e em garantir o controle sobre o petróleo da região.
Segundo Rengifo, Washington busca "controlar o petróleo para poder, também, diminuir as taxas de juros com base em manter a torneira aberta quando os Estados Unidos precisarem" do combustível.

O tema ganha destaque às vésperas da viagem do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ao México e ao Equador. O ''tour'', que acontecerá de terça (2) a quinta-feira (4), será a quarta visita oficial de Rubio à América Latina desde que assumiu o cargo no governo do presidente Donald Trump, em janeiro deste ano.
Washington mira a China
Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a viagem tem o objetivo de discutir prioridades do governo Trump, como a contenção da imigração ilegal, o combate ao crime organizado e aos cartéis de drogas e a resposta ao que Washington considera como "comportamento maligno" da China na região.
"A quarta viagem de Rubio ao nosso hemisfério demonstra o compromisso inabalável dos Estados Unidos em proteger suas fronteiras, neutralizar as ameaças do narcoterrorismo ao nosso território e garantir condições justas para as empresas americanas", disse a pasta em um comunicado.
Rubio já visitou anteriormente o Panamá, El Salvador, Guatemala e a República Dominicana, ocasião em que criticou a influência chinesa sobre o Canal do Panamá e fechou acordos para que esses países aceitassem deportados vindos dos Estados Unidos. O secretário também já esteve na Jamaica, na Guiana e no Suriname.
Um funcionário do Departamento de Estado que conversou em condição de anonimato com a agência de notícias AP afirmou que quase todos os países latino-americanos aceitam de volta seus cidadãos deportados dos EUA. Com exceção da Nicarágua, a maioria tem reforçado as ações contra cartéis de drogas, muitos deles classificados por Washington como organizações terroristas estrangeiras.
O mesmo funcionário afirmou ainda que houve avanços na tentativa de reduzir a presença chinesa na região, citando medidas do Panamá para retomar o controle de instalações portuárias do Canal e sua saída da Rota da Seda. Segundo ele, o Equador também iniciou esforços para se desvincular do projeto.

