O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (29) a revogação de vistos dos membros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e da Autoridade Palestina (AP). A medida ocorre a menos de duas semanas da Assembleia-Geral da ONU, marcada para 9 de setembro, na cidade de Nova York.
O comunicado do Departamento de Estado do país afirma que os sancionados deveriam "repudiar consistentemente o terrorismo", citando o ataque de 7 de outubro de 2023, liderado pelo Hamas, no sul de Israel.
"A administração Trump tem sido clara: está em nossos interesses de segurança nacional responsabilizar a OLP e a AP por não cumprirem seus compromissos e por minarem as perspectivas de paz", diz trecho do documento.
Washington acusa a Autoridade Palestina de "tentar contornar as negociações" ao apelar para o Tribunal Penal Internacional apurar as ações israelenses cometidas tanto na Cisjordânia quanto em Gaza, que funcionários da ONU chamam de genocídio.
O comunicado não esclarece quais funcionários serão afetados pela medida. No entanto, afirma que o governo norte-americano concederá permissões especiais para a Missão da Autoridade Palestina na ONU, atualmente sob comando do embaixador Riyad Mansour.
Presidente da Palestina reage
Falando a repórteres da emissora árabe Al Jazeera pouco depois da divulgação do comunicado, Mansour disse que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, planejava participar da reunião da ONU, mas que agora não está claro se a medida o afeta ou não.
"Veremos exatamente o que isso significa e como se aplica aos membros de nossa delegação, e responderemos de acordo", disse ele.
Em uma declaração veiculada pela agência de notícias palestina Wafa, Mahmoud Abbas expressou "profundo pesar e espanto" com a decisão e pediu para que a administração Trump reconsidere-a.
"Eles deveriam reconsiderar e reverter a decisão, reafirmando o pleno compromisso da Palestina com o direito internacional, as resoluções da ONU e os deveres para com a paz", disse o presidente.