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EUA não renovarão a licença que alivia as sanções à Venezuela
Washington afirma que Caracas cometeu supostas violações do Acordo de Barbados. Enquanto isso, Nicolás Maduro assegura que a contraparte "nunca" cumpriu "nem uma vírgula".
Os Estados Unidos não prorrogarão a Licença Geral 44, uma medida temporária que proporciona alívio ao setor de petróleo e gás da Venezuela desde outubro passado, caso não haja avanços nas negociações sobre as eleiçoes presidenciais.
"A falta de progresso por parte de [Nicolas] Maduro e seus representantes em termos de implementação das disposições da agenda, os EUA não renovarão a licença quando ela expirar em 18 de abril de 2024", disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA à Reuters na segunda-feira.
Washington alega que Caracas cometeu supostas violações do Acordo de Barbados, assinado entre o Governo e a oposição radical em outubro passado, que prometia promover os direitos políticos e fornecer garantias eleitorais. Especificamente, alega-se um suposto fracasso do Governo de Maduro em realizar eleições presidenciais livres, ressaltando que o direito da oposição de escolher seu próprio candidato presidencial foi estabelecido durante as negociações.
Segundo a agência de notícias, as conversas a portas fechadas na semana passada entre as autoridades venezuelanas e norte-americanas não conseguiram progredir ou reduzir as diferenças. No entanto, assessores de Biden continuam a discutir uma série de opções antes que as licenças expirem na quinta-feira, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
Maduro: "Eles nunca cumpriram"
Diante dessa situação, Maduro se pronunciou na noite de segunda-feira e acusou os EUA de não cumprirem suas obrigações em relação aos acordos, que tinham como "núcleo" o levantamento de todas as sanções contra a Venezuela.
"Eles nunca cumpriram uma única vírgula do acordo assinado, nunca. A essa altura, os EUA assinaram um acordo e deveriam ter suspendido todas as sanções contra a Venezuela. Todas elas", disse o presidente durante a mais nova edição de seu programa 'Con Maduro +'
O mandatário ainda rejeitou a imposição de licenças pelos EUA, como a Licença 44, que classificou de "colonialista". Em sua opinião, com essa medida, Washington pretende "monitorar, controlar e tutelar a indústria petrolífera da Venezuela". "Não dependemos de vocês, gringos. Eles querem causar danos com informações públicas para prejudicar a economia porque estamos em eleições [...] Nós vamos seguir em frente, com ou sem licença. Não somos uma colônia gringa", destacou.
