
Maduro envia carta à ONU e exige 'fim das ações hostis' dos EUA contra a Venezuela

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, assinou e enviou nesta sexta-feira (29) uma carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, na qual denuncia a "escalada de agressões" dos Estados Unidos contra a Venezuela.
No documento de três páginas, Maduro afirma que, há anos, Caracas vem sendo alvo de uma "ofensiva política e jurídica, acompanhada por uma retórica inflamada e ameaças de uso da força".
O presidente argumenta que o governo norte-americano utiliza medidas unilaterais para atingir a Venezuela, como "campanhas de descrédito, deslegitimação das suas autoridades constitucionais e utilização de mecanismos de lawfare para criminalizar instituições e líderes legítimos".

A carta menciona o envio de "forças navais e aéreas estadunidenses" para o sul do Mar do Caribe e classifica a medida adotada pelos EUA, citando "um nível de ameaça sem precedentes para a paz e a segurança da América Latina e do Caribe".
Maduro finaliza o apelo solicitando a Guterres que inste Washington "a pôr fim às ações hostis e a respeitar plenamente a soberania, a integridade territorial e a independência política da República Bolivariana da Venezuela".
"A humanidade e esta Organização não podem permitir que, em pleno século XXI, ressurjam políticas de força que coloquem em risco a paz e a segurança internacionais", diz o documento.
EUA dizem combater o narcotráfico
Na semana passada, os Estados Unidos ordenaram o envio de um esquadrão anfíbio para o sul do Caribe.
São os navios USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson. Uma fonte, sob anonimato, disse à agência de notícias Reuters que o governo Trump enviou cerca de quatro mil soldados para operações no sul do mar do Caribe, com apoio de aviões espiões P-8 e pelo menos um submarino de ataque.
Uma outra fonte afirmou que a operação deve durar vários meses, em águas e espaço aéreo internacionais, sem entrar no território de outros países.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, confirmou, em 14 de agosto, o envio de uma força militar ao sul do Mar do Caribe para enfrentar cartéis, sem esclarecer se essa decisão violaria a soberania dos países latino-americanos.
