Na ONU, Venezuela denuncia campanha de propaganda em apoio à mobilização militar dos EUA

A justificativa do governo Trump ao enviar navios militares ao sul do Caribe foi a de combater o narcotráfico na América Latina; denúncia formal aponta para ilegalidade.

O embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, criticou nesta quinta-feira (28), na sede das Nações Unidas em Nova York, a mobilização militar dos Estados Unidos no sul do Caribe.

Segundo Moncada, a Venezuela não representa uma ameaça para ninguém, mas sim os EUA com as movimentações militares na região.

"Trata-se de uma operação de propaganda massiva para justificar o que os especialistas chamam de ação cinética - significando intervenção militar em um país soberano e independente que não representa ameaça a ninguém", disse ele a jornalistas após um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

O governo de Donald Trump justificou o envio de embarcações, a incluir um submarino nuclear, à região como parte do combate ao tráfico de drogas na América Latina, citando cartéis que Washington classifica como organizações terroristas.

Uma denúncia formal apresentada nesta semana por Caracas à ONU observa, no entanto, que o deslocamento viola o direito internacional, mais especificamente o Tratado de Tlatelolco, de 1967, cujo Protocolo II foi ratificado pelos EUA em 1971. O acordo estabelece a América Latina e o Caribe como Zona Livre de Armas Nucleares.