Notícias

Funcionários da ONU apelam para que situação na Faixa de Gaza seja reconhecida como 'genocídio'

Funcionários cobraram ação do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos para que a organização internacional não repita "erros da história" ao ficar em silêncio.
Funcionários da ONU apelam para que situação na Faixa de Gaza seja reconhecida como 'genocídio'Gettyimages.ru / Saeed M. M. T. Jaras/Anadolu

Mais de 500 funcionários do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (ACNUDH) assinaram uma carta enviada para o chefe de direitos humanos da ONU, Volker Türk, na quarta-feira (28). Nela, apelaram para que a situação da guerra na Faixa de Gaza seja reconhecida como "genocídio". A informação é da emissora Al Jazeera, que obteve uma cópia do documento.

O texto cita preocupação com os civis do enclave palestino, especialmente as mulheres e crianças, e externa a Türk "profunda frustração com a escala, o alcance e a natureza das violações reportadas".

Para os funcionários, a ACNUDH deveria evitar repetir os erros da história, citando o silêncio da ONU durante o genocídio de Ruanda, em 1994, onde mais de 1 milhão de pessoas morreram.

"O ACNUDH tem uma forte responsabilidade legal e moral de denunciar atos de genocídio", continuou a carta, acrescentando que "deixar de denunciar um genocídio em andamento mina a credibilidade da ONU e do próprio sistema de direitos humanos".

'A indignação é mútua'

Em resposta à carta, Volker Türk afirmou que o tema abordado pelo órgão da ONU é "importante".

"Sei que todos compartilhamos um sentimento de indignação moral com os horrores que testemunhamos, assim como frustração diante da incapacidade da comunidade internacional de dar um fim a esta situação", afirmou, citado pela agência Reuters.