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Governo de Milei já deixou 3,2 milhões de novos pobres, aponta estudo

Apesar da crise, o presidente ainda conta com o apoio de 47% da população.
Governo de Milei já deixou 3,2 milhões de novos pobres, aponta estudoAP / Natacha Pisarenko

Desde que assumiu o cargo em dezembro do ano passado, o presidente Javier Milei deixou um saldo  de 3,2 milhões de novos pobres na Argentina.

Isso foi revelado em um estudo de Martin Gonzalez-Rozada, professor do Departamento e diretor do Mestrado em Econometria da Universidade Torcuato Di Tella, publicado pelo jornal Clarín.

De acordo com a análise, a taxa de pobreza no primeiro trimestre deste ano já atingiu 51,8% da população, o que significa que 24 milhões de pessoas não têm renda suficiente para comprar a cesta básica da família.

Embora se trate de um estudo acadêmico, as conclusões são relevantes porque tendem a coincidir com os relatórios oficiais publicados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), uma agência estatal que, no mês passado, indicou que, no final de 2023, a pobreza já era de 41,7%.

Isso significa que, em apenas três meses, a Administração de Milei aumentou esse indicador em 10 pontos e que, a cada mês, há um milhão de novos pobres.

O relatório explicou que esse salto se deve à forte desvalorização no início do novo Governo, que resultou em um aumento de 56% na cesta básica de alimentos, que não foi acompanhado por aumentos salariais, já que a renda dos trabalhadores estagnou.

"Como resultado, o empobrecimento dos trabalhadores em todas as formas de emprego (registrados e não registrados), sejam eles dependentes ou autônomos, e daqueles que trabalham por conta própria, foi reforçado pela defasagem da renda familiar diante do forte aumento da inflação", disse ele.

A transformação social causada pela crise econômica, acrescentou, implica que uma parte da classe média deixou de ser classe média para se juntar aos setores vulneráveis e outra parte foi diretamente para a pobreza, enquanto aqueles que já eram pobres passaram para a indigência ou pobreza extrema.

Apoio

Apesar dos números sociais negativos, o Governo de Milei ainda conta com altos níveis de apoio.

No fim de semana, a empresa Zuban Córdoba publicou os resultados de uma pesquisa mensal que é acompanhada de perto, pois essa é uma das poucas empresas de consultoria que, no ano passado, previu o crescimento eleitoral de Milei, o que levou à sua surpreendente vitória.

De acordo com a pesquisa, em termos pessoais, o presidente tem uma avaliação positiva de 47,2%, enquanto a avaliação negativa é de 52,5%. Com relação à avaliação de sua administração, 47,4% a aprovam e 52,5% a desaprovam.

Além disso, 47% acreditam que o país está indo na direção certa, enquanto 52% acreditam que está indo na direção errada. Embora esse último número seja negativo, ele representa uma tendência de queda, já que no mês passado era de 55,4%.