Governo de Milei já deixou 3,2 milhões de novos pobres, aponta estudo
Desde que assumiu o cargo em dezembro do ano passado, o presidente Javier Milei deixou um saldo de 3,2 milhões de novos pobres na Argentina.
Isso foi revelado em um estudo de Martin Gonzalez-Rozada, professor do Departamento e diretor do Mestrado em Econometria da Universidade Torcuato Di Tella, publicado pelo jornal Clarín.
De acordo com a análise, a taxa de pobreza no primeiro trimestre deste ano já atingiu 51,8% da população, o que significa que 24 milhões de pessoas não têm renda suficiente para comprar a cesta básica da família.
#DatoINDECUn hogar de cuatro integrantes necesitó $773.385,10 para superar el umbral de pobreza en marzo de 2024: 11,9% más que el mes previo y 304,4% interanual https://t.co/Uh7ZCw46T9pic.twitter.com/NMnsONMXEw
— INDEC Argentina (@INDECArgentina) April 12, 2024
Embora se trate de um estudo acadêmico, as conclusões são relevantes porque tendem a coincidir com os relatórios oficiais publicados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), uma agência estatal que, no mês passado, indicou que, no final de 2023, a pobreza já era de 41,7%.
Isso significa que, em apenas três meses, a Administração de Milei aumentou esse indicador em 10 pontos e que, a cada mês, há um milhão de novos pobres.
O relatório explicou que esse salto se deve à forte desvalorização no início do novo Governo, que resultou em um aumento de 56% na cesta básica de alimentos, que não foi acompanhado por aumentos salariais, já que a renda dos trabalhadores estagnou.
"Como resultado, o empobrecimento dos trabalhadores em todas as formas de emprego (registrados e não registrados), sejam eles dependentes ou autônomos, e daqueles que trabalham por conta própria, foi reforçado pela defasagem da renda familiar diante do forte aumento da inflação", disse ele.
A transformação social causada pela crise econômica, acrescentou, implica que uma parte da classe média deixou de ser classe média para se juntar aos setores vulneráveis e outra parte foi diretamente para a pobreza, enquanto aqueles que já eram pobres passaram para a indigência ou pobreza extrema.
Apoio
Apesar dos números sociais negativos, o Governo de Milei ainda conta com altos níveis de apoio.
📝Nueva encuesta de @Zuban_Cordoba 🔴Milei tiene una imagen negativa de 52,5% y una positiva de 47,2%📉 El 75,9% está en desacuerdo con que su situación económica mejoró desde que Milei es presidente🔵 El 46,4% cree que el "sacrificio" valdrá la pena y el 50,6% cree que no pic.twitter.com/9lDKhKZKRT
— Lautaro FyM (@Lautafym) April 14, 2024
No fim de semana, a empresa Zuban Córdoba publicou os resultados de uma pesquisa mensal que é acompanhada de perto, pois essa é uma das poucas empresas de consultoria que, no ano passado, previu o crescimento eleitoral de Milei, o que levou à sua surpreendente vitória.
De acordo com a pesquisa, em termos pessoais, o presidente tem uma avaliação positiva de 47,2%, enquanto a avaliação negativa é de 52,5%. Com relação à avaliação de sua administração, 47,4% a aprovam e 52,5% a desaprovam.
Além disso, 47% acreditam que o país está indo na direção certa, enquanto 52% acreditam que está indo na direção errada. Embora esse último número seja negativo, ele representa uma tendência de queda, já que no mês passado era de 55,4%.