Em entrevista exclusiva ao portal Terra publicada nesta quinta-feira (28), o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e conhecido apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
"Eu não tenho medo de nada. Se você trabalha com um ministro que é um ditador, ele não tem limite, porque a primeira coisa que faz é rasgar as leis", disse o pastor referindo-se a Moraes.
Malafaia também revelou o conteúdo das mensagens trocadas com o ex-presidente Jair Bolsonaro nas quais criticava o filho deste, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O pastor afirmou que as críticas contra o parlamentar foram devidas ao fato de Eduardo ter se vangloriado das sanções americanas contra o Brasil: "Não sou a favor de sanções contra o Brasil", apontou Malafaia atribuindo a responsabilidade das restrições econômicas a Moraes e Lula.
Além disso, minimizou o apoio que concedeu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, classificando-o como um posicionamento circunstancial.
Sobre o cenário eleitoral de 2026, Malafaia afirmou considerar muito cedo para descartar o apoio a Jair Bolsonaro mesmo diante da inelegibilidade do ex-presidente, que se estende até 2030 devido a condenações judiciais.
"Defendo Bolsonaro para 2026. A lista [de outros nomes] é grande, mas eu não apoio ninguém até ver o que vai acontecer. Ainda tem água para passar debaixo da ponte", declarou o pastor.
Busca e apreensão contra Malafaia
Em decisão da quarta-feira passada (20), o ministro Alexandre de Moraes autorizou um mandato de busca e apreensão contra Silas Malafaia. A medida foi cumprida pela Polícia Federal (PF) no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, onde o pastor teve seu telefone celular apreendido.
De acordo com a decisão, baseada em apurações da Procuradoria-Geral da República (PGR), Malafaia é investigado por atuar como "orientador e auxiliar de ações de coação" supostamente promovidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro.