Durante um evento voltado à apresentação de candidatos libertários na segunda-feira (25), o presidente argentino Javier Milei protagonizou uma declaração polêmica ao afirmar que o kirchnerismo "está chateado porque estamos roubando seus bens roubados". A fala ocorre em meio a um escândalo de corrupção envolvendo sua irmã.
A imprensa argentina ironizou o ocorrido. O jornal Página 12 afirmou que o ''peixe morreu pela boca'', pontuando que durante seu discurso, o político cometeu ''diversas gafes''.
No evento, nem Milei nem sua irmã, Karina Milei, Secretária da Presidência, rebateram diretamente as acusações de corrupção que pesam sobre a administração libertária.
Ao longo da intervenção, o presidente voltou a criticar o kirchnerismo, acusando a oposição de tentar frear as políticas de ajuste fiscal adotadas pela Casa Rosada e afirmando que o "Congresso está sequestrado pelo kirchnerismo".
Quais são as acusações?
Áudios atribuídos ao ex-diretor da Agência Nacional para a Deficiência (ANDIS), Diego Spagnuolo, indicam um esquema de sobrepreço em contratos públicos com a fornecedora Suizo Argentina, que teria beneficiado Karina Milei e outros aliados do presidente.
- Segundo Spagnuolo, existia uma rede de cobrança de propinas na ANDIS, exigindo até 8% sobre o faturamento de empresas farmacêuticas para garantir contratos com o governo, movimentando cerca de US$ 800 mil mensais (aproximadamente R$ 4,3 milhões).
- A irmã do presidente, Karina Milei, seria a principal beneficiária, recebendo entre 3% e 4% do valor arrecadado.
- Eduardo "Lule" Menem, braço direito de Karina e um dos principais agentes políticos do governo argentino, é apontado como operador central do esquema, com apoio de empresários ligados à Suizo Argentina.