
Venezuela apresenta denúncia formal contra ações militares dos EUA à ONU
A Venezuela apresentou nesta terça-feira (26) uma denúncia formal junto à Organização das Nações Unidas (ONU) contra as "ações hostis dos Estados Unidos" na região do Caribe, qualificando-as como um "ato claro de intimidação". O governo citou o deslocamento de navios de guerra e a chegada prevista de um submarino nuclear como riscos à paz e à segurança regional.
Em carta enviada à ONU, a missão venezuelana detalhou a aproximação de três embarcações norte-americanas, entre elas o USS Lake Erie, cruzador de mísseis guiados, e o USS Newport News, submarino de ataque rápido com propulsão nuclear, previstas para chegar à costa venezuelana nos próximos dias.

Ao longo do documento, observa-se que os deslocamentos militares violam o Tratado de Tlatelolco, de 1967, cujo Protocolo II foi ratificado pelos EUA em 1971. O tratado estabelece a América Latina e o Caribe como Zona Livre de Armas Nucleares.
"Houve uma reunião com Gianluca Rampolla, Coordenador Residente da ONU na Venezuela, com o objetivo de fortalecer nossa cooperação dentro de um quadro de respeito à soberania", informou Yván Gil, Ministro das Relações Exteriores, em publicação no Telegram.
O ministro ressaltou que essas ações dos Estados Unidos violam ainda a Zona de Paz declarada pela CELAC em 2014, posteriormente reconhecida pelas Nações Unidas, e solicitou o apoio do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, para restaurar a estabilidade na região.
Em paralelo, durante seu programa televisivo semanal Con Maduro +, o presidente Nicolás Maduro afirmou que 90% da população rejeita as ameaças norte-americanas, mantendo-se unida em defesa da soberania e da paz, com base em sistemas de monitoramento considerados "precisos e científicos".
