
Alemanha e Bélgica descartam controverso uso direto de ativos russos confiscados

O chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro belga, Bart De Wever, se manifestaram nesta terça-feira (26) contra o uso direto de ativos russos congelados, destacando que o procedimento é complicado em termos de legitimidade. As informações são do portal Tagesschau.
Durante uma coletiva de imprensa conjunta após uma reunião em Berlim, os representantes deixaram claro seu ceticismo quanto a expropriação total dos ativos pertencentes ao Banco Central russo.
De Wever afirmou que é necessário manter a abordagem atual, utilizando os juros desses fundos para financiar armas e munições à Ucrânia.

''Devemos conservar essa mina de ouro'', argumentou, acrescentando que estão dispostos a levar a questão à ''mesa de negociações'' somente quando um acordo de paz for alcançado entre Moscou e Kiev.
Merz, por sua vez, alertou para os impactos negativos que a decisão poderia causar no mercado de capitais.
Violação do direito internacional
Desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, os Estados Unidos e a União Europeia congelaram mais de US$ 300 bilhões em ativos estatais russos. Segundo a Comissão Europeia, cerca de € 210 bilhões (US$ 240 bilhões) desses ativos estão na UE.
Moscou tem alertado repetidamente que a apreensão desses fundos viola o direito internacional. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que os países ocidentais que confiscarem os ativos russos congelados serão considerados "ladrões" e sofrerão contramedidas "muito duras".
