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Organização para Cooperação de Xangai: o que é, e por que a cúpula de Tianjin terá impacto global

A OCX é uma organização intergovernamental que reúne membros, observadores e parceiros para cooperação política, econômica e de segurança, que visa enfrentar desafios regionais e globais; a cúpula de Tianjin nos dias 31 de agosto e 1° de setembro tem o potencial de redesenhar as relações globais.
Organização para Cooperação de Xangai: o que é, e por que a cúpula de Tianjin terá impacto globalSputnik / Sergey Bobylev

A cidade chinesa de Tianjin se prepara para a 25ª cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), que ocorrerá nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, reunindo 20 nações e 10 entidades internacionais.

Entre os convidados estão o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que visita a China pela primeira vez em sete anos.

Também estarão presentes o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o secretário-geral da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Kao Kim Hourn.

Segundo informações oficiais, os países da OCX abrangem cerca de 36 milhões de quilômetros quadrados e tem mais de 3,4 bilhões de habitantes. Sua contribuição para o PIB global representa cerca de um quarto, e sua participação no comércio internacional supera 15%.

A OCX é composta atualmente por dez países-membros: Bielorrússia, Índia, Irã, Cazaquistão, China, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão.

Afeganistão e Mongólia têm status de observadores, enquanto outras 14 nações, como Azerbaijão, Egito e Turquia, são parceiras de diálogo.

Os idiomas oficiais da OCX são russo e chinês. A organização visa o enfrentamento de desafios geopolíticos regionais por meio da cooperação e do diálogo internacional.

Os Cinco de Xangai e a OCX: metas e princípios

A estrutura da OCX foi oficialmente criada em 15 de junho de 2001 em Xangai, mas suas origens remontam ao final do século XX, quando China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão — os "Cinco de Xangai" — assinaram acordos para promover a confiança militar e reduzir forças armadas nas fronteiras em 1996 e 1997.

A OCX não é uma aliança militar contra outros países e se apresenta aberta ao diálogo e à cooperação com nações e organizações internacionais.

Em 7 de junho de 2002, durante cúpula em São Petersburgo, os Estados participantes assinaram a Carta da OCX, definindo objetivos, princípios, áreas de cooperação, órgãos internos, formas de financiamento, adesão de novos membros e diretrizes para relações externas.

Entre seus principais objetivos estão:

  • reforçar confiança e boa vizinhança;
  • promover paz, segurança e estabilidade regional;
  • combater terrorismo, separatismo, extremismo, tráfico de drogas e armamentos;
  • e estimular cooperação política, comercial, econômica, ambiental, científica, educacional, energética, de transportes e financeira.

Três membros da OCX — Rússia, Índia e China — estão entre os sete países com maior de PIB no mundo.

A cúpula de Tianjin pode representar um momento decisivo para a organização, por apresentar ao Sul Global alternativas às normas e sistemas comerciais internacionais.