O ministro das Relações Interiores da Venezuela, Diosdado Cabello, informou nesta segunda-feira (25) que foi ativada a zona de paz nº 1, correspondente aos estados venezuelanos Táchira e Zulia, fronteiriços com a Colômbia.
Cabello, que também é vice-presidente setorial de Política, Segurança Cidadã e Paz, afirmou que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenou ainda que seja feito "um grande reforço operacional" de efetivos militares e policiais.
Em julho passado, os governos da Venezuela e da Colômbia assinaram um memorando de entendimento para estabelecer as bases da criação de um Acordo de Paz, União e Desenvolvimento Binacional, proposto por Maduro.
Chamado à Colômbia
Pouco mais de um mês depois, Cabello declarou que a Venezuela decidiu ativar sua zona de paz com um "reforço especial" de 15 mil agentes que estarão mobilizados no lado venezuelano por ar, mar e terra.
O ministro acrescentou ainda que a zona binacional entre as duas nações vizinhas será "de paz total".
Boas relações de vizinhança
Questionado se a medida foi comunicada ao governo colombiano, Cabello confirmou que Bogotá recebeu a informação "com prazer". "Isso faz parte de ter um vizinho com quem você pode conversar", disse ele.
Ele também afirmou que Caracas tem "uma relação muito boa, excelente" com o governo de Gustavo Petro e, por isso, pede às autoridades do país vizinho que "assim como a Venezuela faz esse esforço, a Colômbia faça o mesmo".
Ele anunciou, também, que já estão em andamento os preparativos para ativar as zonas de paz n.º 2 e 3.
Na coletiva de imprensa, o ministro venezuelano forneceu informações sobre as operações que estão sendo realizadas pelas autoridades venezuelanas contra o narcotráfico.
Números sobre o combate ao narcotráfico
Cabello indicou que até este mês foram apreendidas 52,7 toneladas de entorpecentes; 400 aeronaves que transportavam drogas foram desativadas; 92 pistas clandestinas foram destruídas; dez acampamentos com cinco laboratórios de processamento de drogas foram eliminados; e mais de 6 mil pessoas foram presas.
"Aqui, estamos combatendo as drogas em suas raízes", afirmou. O vice-presidente do setor de Política e Segurança Cidadã rejeitou relatos sobre a suposta produção de substâncias ilícitas no país sul-americano e observou que, de acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas das Nações Unidas deste ano, a Colômbia lidera o setor com uma produção estimada de 2.664 toneladas de cocaína e maconha.
Segundo o documento, 87% dessa droga vai para outros países do Pacífico, o que levou Cabello a se perguntar por que não há um destacamento militar dos EUA naquela área. "Hipócritas, seus argumentos estão caindo aos pedaços", acrescentou.