O ex-comandante das Forças Armadas da Ucrânia, general Valery Zaluzhny, recusou um convite para integrar a equipe do líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky nas próximas eleições, mas prometeu não criticá-lo publicamente enquanto durar o conflito com a Rússia. A informação foi revelada pelo The Guardian nesta segunda-feira (25), com base em fontes próximas ao governo.
Segundo o jornal, a proposta foi feita em novembro pelo chefe de gabinete de Zelensky, Andrey Yermak, que buscava formar uma "frente unida" em meio à crise. Zaluzhny rejeitou o convite, mas afirmou que, caso decida entrar na política, comunicará sua decisão ao governo.
Atualmente embaixador do país no Reino Unido, o general mantém silêncio sobre seus planos, o que alimenta especulações em Kiev de que ele aguarda o momento oportuno para disputar espaço político.
Enquanto isso, a cautela do ex-comandante-chefe ucraniano "começou a frustrar alguns dos oponentes de Zelensky em Kiev, que veem em Zaluzhny sua melhor chance de mudança política", destacou o jornal.
"Alternativas ao problemático Zelensky"
O relatório acrescenta que, três dias após o escândalo da Casa Branca envolvendo Donald Trump e Zelensky, no fim de fevereiro, a equipe do vice-presidente JD Vance "tentou vários canais diplomáticos e outros (meios)" para marcar uma ligação com Zaluzhny, "aparentemente para explorar possíveis alternativas ao problemático Zelensky". Segundo o documento, o líder do regime de Kiev se recusou a atender o contato.
O cenário político é complicado pela questão da legitimidade, já que o mandato de Zelensky expirou em maio de 2023 e as eleições previstas para março de 2024 foram suspensas devido à lei marcial. O presidente russo, Vladimir Putin, tem questionado com frequência a legalidade do governo ucraniano.