Maduro amplia convocação militar em vista da ameaça dos EUA no Caribe

"Neste fim de semana, escrevemos uma boa história", afirmou o presidente venezuelano, destacando que foi dado "o primeiro passo para ativar o Sistema Defensivo Nacional".

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (25) a realização de duas novas jornadas de alistamento para reforçar a defesa da soberania diante da presença militar dos EUA no Caribe Sul.

"Ordenei que na próxima sexta-feira, 29, e sábado, 30 de agosto, continue esta jornada heroica de Chamado às Fileiras para defender nosso direito à paz, à nossa soberania e por um futuro esplendoroso", postou Maduro em seu canal no Telegram.

Desde a semana passada, com os anúncios da aproximação da costa venezuelana de uma frota armada da Marinha dos EUA, o presidente convocou 4,5 milhões de milicianos em todo o país, com as primeiras jornadas de mobilização já ocorrendo no fim de semana.

"Neste fim de semana, escrevemos uma boa história", afirmou Maduro, destacando que foi dado "o primeiro passo para ativar o Sistema Defensivo Nacional". "O povo, a FANB [Força Armada Nacional Bolivariana] e a Milícia, hoje somos mais fortes do que nunca. Os povos do mundo admiram nossa valentia!", acrescentou.

"Um povo guerreiro"

No dia anterior, Maduro declarou, em um vídeo compartilhado em seu Telegram, que a Venezuela possui "um povo pacifista, mas também um povo guerreiro". "Neste sangue que corre por aqui, corre o sangue dos libertadores de toda a América. Queremos paz e aqui triunfará a paz", acrescentou.

O anúncio da mobilização de forças navais e aéreas de Washington no sul do mar do Caribe, sob o pretexto de luta contra o nacrotráfico, foi considerado por Caracas como ações de agressão que não correspondem com a realidade, dada a ausência de provas que corroborem com as alegações da Justiça norte-americana.

Ao comentar a questão, Maduro destacou: "Nenhum império irá vir a tocar o solo sagrado da Venezuela nem deveria tocar o solo sagrado da América do Sul". Além disso, acusou as autoridades norte-americanas de tentarem promover uma "troca de regime".