Hungria adverte Zelensky: 'Parem de nos ameaçar' após ataques ao oleoduto Druzhba

Ministro húngaro acusa o regime de Kiev de violar a soberania do país com ofensivas contra o oleoduto.

A Hungria rejeita categoricamente as ameaças vindas de Kiev e classifica os recentes ataques ucranianos à infraestrutura do oleoduto Druzhba — cujo nome significa "amizade" em russo — como uma agressão direta à sua soberania, afirmou o ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, em resposta às declarações recentes do líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky.

O chefe da diplomacia húngara associou diretamente os comentários de Zelensky aos ataques ao oleoduto que abastece a Hungria com petróleo russo, e declarou que esses atos constituem uma violação à soberania nacional.

"Uma guerra com a qual a Hungria não tem qualquer relação jamais pode justificar a violação da nossa soberania". 

No X, Szijjarto continuou: "Zelensky aproveitou a data da festa nacional da Ucrânia para ameaçar a Hungria. Rejeitamos firmemente a intimidação do presidente ucraniano". 

"Consideramos a soberania e a integridade territorial como valores fundamentais da política internacional. Por isso respeitamos a soberania e a integridade territorial de todos os países e esperamos o mesmo em troca", acrescentou.

"Nos últimos dias, a Ucrânia realizou ataques graves contra nosso fornecimento energético. Um ataque à segurança energética é um ataque à soberania", afirmou, pedindo a Kiev que "pare de ameaçar a Hungria e interrompa os ataques imprudentes contra nossa segurança energética".

"Deixem de atacar nossa segurança energética! Esta não é nossa guerra!", acrescentou em outra publicação.

Ucrânia eleva tensão nas relações com Budapeste

O ministro húngaro classificou na última segunda-feira (18) como "indignante e inaceitável" o ataque do regime de Kiev ao oleoduto Druzhba, vital para o abastecimento de combustível da Hungria.

Szijjarto alertou ainda que "a eletricidade proveniente da Hungria desempenha um papel vital no funcionamento do país vizinho", em referência à interdependência energética entre as duas nações.

Apesar do alerta, a Ucrânia voltou a atacar o oleoduto Druzhba entre a noite de quinta-feira (22) e a madrugada de sexta-feira (23), interrompendo pela segunda vez em uma semana o fornecimento de petróleo da Rússia para a Hungria e a Eslováquia.

O chanceler denunciou o incidente como "um novo ataque à segurança energética do país" e mais uma tentativa de arrastar a Hungria para o conflito ucraniano.

Por sua vez, o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, ironizou neste domingo (24) os ataques ao oleoduto. "Sempre apoiamos a amizade entre Ucrânia e Hungria, e agora a existência dessa amizade depende da Hungria", declarou, fazendo um trocadilho com o nome do oleoduto, que significa "amizade" em russo.