O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, explicou por que decidiu usar um moletom com a inscrição "URSS" (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) ao chegar a Anchorage, no Alasca, onde ocorreu a cúpula entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump.
Em entrevista à NBC, o chanceler russo respondeu à pergunta de uma jornalista e negou que o moletom representasse o desejo da Rússia de restaurar a União Soviética.
"Nascemos na União Soviética. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, já disse várias vezes que quem não lamenta a desintegração da URSS não tem coração, mas quem deseja sua restauração não tem cabeça. Essa é uma afirmação totalmente verdadeira", afirmou.
Ao mesmo tempo, Lavrov declarou que, se uma pessoa "não se lembra de suas raízes, se não tem lembranças nostálgicas da infância, da juventude, do primeiro amor, dos amigos, é difícil que compreenda realmente a humanidade e os valores humanos".
E acrescentou: "Lembrar e valorizar o que aconteceu ao longo da vida durante muitos anos é uma coisa, mas tentar conquistar tudo pela força militar é algo totalmente diferente. Não é a mesma coisa", comentou, referindo-se aos sentimentos em relação à URSS.
Reação norte-americana
Anteriormente, o ministro revelou como os representantes dos Estados Unidos reagiram ao moletom. "Sem qualquer histeria, disseram apenas que gostaram da camiseta, como disse [o secretário de Estado] Marco Rubio", contou Lavrov durante entrevista exibida na terça-feira (19).
Apesar do moletom ter despertado grande interesse, Lavrov considerou a escolha algo comum, destacando que muitos fabricantes ainda incorporam símbolos soviéticos em seus produtos.
Ele também afirmou que não há motivo para sentir vergonha ao vestir a peça, já que a URSS faz parte da história e da vida do povo russo.
"A questão é que existe uma história e essa história precisa ser preservada, inclusive, se for o caso, com um toque de humor", concluiu o chanceler russo.