Ministro venezuelano acusa EUA de usar falsas justificativas para agressões militares

Vladimir Padrino López reage à movimentação de navios de guerra dos EUA próximos ao litoral da Venezuela e denuncia violações à soberania nacional.

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, fez um forte discurso neste sábado (23) contra a pressão externa dos Estados Unidos.

Durante os eventos que marcaram o "Grande Dia do Alistamento", o ministro afirmou que a ação nacional demonstra "a rejeição à agressão imperialista contra o povo".

López afirmou que os Estados Unidos sempre buscam um pretexto para justificar suas ambições hegemônicas, citando o combate ao narcotráfico como desculpa para o envio de navios de guerra ao litoral do país.

"Eles sempre fabricaram suas mentiras e raramente pedem perdão. Na arrogância imperialista, a palavra 'perdão' não tem lugar. Nos Estados Unidos, eles operam permanentemente contra a soberania dos Estados, um conceito que não é novo", afirmou.

Rejeição à presença militar dos EUA

O Grande Dia do Alistamento para o serviço militar foi declarado pelo presidente do país, Nicolás Maduro, em resposta ao envio de forças navais e aéreas dos EUA para o sul do Mar do Caribe.

"Nunca mais a bota de nenhum império manchará este solo. Não há ar, mar ou terra onde a Milícia Nacional Bolivariana não possa alcançar. Demos um passo à frente e protejamos o que é nosso", afirmou Maduro em um vídeo publicado em seu canal no Telegram.

O presidente venezuelano acusou as autoridades americanas, na sexta-feira (22), de tentarem provocar uma mudança de regime.

"O que eles estão ameaçando fazer contra a Venezuela — uma mudança de regime, um ataque terrorista militar — é imoral, criminoso e ilegal", afirmou o presidente.

"Repudiamos os planos terroristas"

No mesmo dia, a Assembleia Nacional aprovou a decisão de proteger a soberania e a paz do país diante da pressão externa.

"Ratificamos a decisão de defender a soberania da Venezuela. De defender a paz e o direito do nosso povo a viver soberanamente e, acima de tudo, defender a paz que o nosso povo e a próxima geração merecem", declarou o presidente do órgão legislativo, Jorge Rodríguez.

"Repudiamos os planos terroristas que visam minar o mandato do presidente legitimamente eleito, presidente constitucional da Venezuela e comandante-em-chefe, Nicolás Maduro", afirmou.

Venezuela recebe apoio mundial

Da América Latina e do Caribe, os governos do México, Bolívia, Cuba, Nicarágua e Colômbia, bem como os países que compõem a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA), manifestaram-se contra qualquer operação militar dos EUA que viole a soberania de qualquer país latino-americano ou caribenho, independentemente da motivação apresentada pela Casa Branca.

A esses países juntaram-se a China e a Rússia, com os quais o governo venezuelano mantém laços estreitos.