Delcy Rodríguez: 'Com falsidades e mentiras pretendem justificar a intervenção na Venezuela'

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, acusou, neste sábado (23), o presidente da Guiana, Irfaan Ali, de agir sob ordens de Washington após a publicação de um comunicado oficial idêntico ao divulgado horas antes pelo senador dos Estados Unidos Marco Rubio.

O documento, emitido pelo governo da Guiana, afirma que o país vê "com grave preocupação a ameaça à paz e segurança na região representada pelo crime transnacional organizado e o narco-terrorismo", fazendo menção indireta à Venezuela.

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O mesmo texto, com brasão oficial da Guiana, foi publicado primeiramente às 13h37 (horário de Caracas) da sexta-feira (22) por Rubio, em sua conta oficial na rede social X.

Somente às 18h17 do mesmo dia, o presidente guianense publicou o mesmo comunicado. A diferença de quase cinco horas entre as postagens levantou questionamentos em Caracas sobre a origem real do texto.

"Irfaan Ali, peão de Marco Rubio, não desperdiça ocasião para se ajoelhar diante de seus amos estadunidenses", afirmou Rodríguez, em mensagem publicada no Telegram.

Ela apontou que as ações da Guiana estariam sendo ditadas por interesses de empresas norte-americanas. "Quem manda na Guiana? A Exxon Mobil", questionou a dirigente.

Para a vice-presidente venezuelana, o comunicado faz parte de uma campanha para justificar uma eventual intervenção internacional contra a Venezuela, com o objetivo de tomar recursos energéticos do país. "Ameaçam a paz da América Latina e do Caribe por sua ânsia desmedida de roubar a energia da Venezuela a qualquer custo", disse.

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Rodríguez ainda convocou a população a se unir à Milícia Bolivariana como forma de proteger o país. "Com suas falsidades e mentiras, pretendem justificar a intervenção contra nossa Pátria. O povo valente de Bolívar jamais permitirá!", declarou.

O comunicado oficial da Guiana, replicado por Rubio e por Irfaan Ali, sustenta que a região está sob ameaça de "organizações criminosas transnacionais" e reitera que Georgetown manterá colaboração internacional para combater o que classificou como "narcoterrorismo".

A Venezuela, no entanto, vê a ação como parte de uma ofensiva política liderada por Washington e interesses petrolíferos contra sua soberania.