Governo Lula irá propor 'Plano Real da Segurança' para endurecer combate a facções

Proposta do Ministério da Justiça prevê mudanças legislativas, banco nacional de criminosos e penas mais duras.

O governo federal prepara uma nova ofensiva para conter a atuação de facções criminosas em todo o território nacional, informa o portal G1.

Batizado de "Plano Real da Segurança", o pacote será apresentado nas próximas semanas pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, como projeto de lei ao Congresso Nacional.

A proposta tem como objetivo criar uma estrutura legal robusta e integrada para mapear, combater e punir organizações criminosas. O plano é inspirado na lógica do Plano Real da década de 1990, que estabilizou a economia brasileira, e visa trazer a mesma eficácia para a área da segurança pública.

Principais medidas do "Plano Real da Segurança"

O governo detalhou uma série de ações legislativas e operacionais que serão propostas. Veja os principais pontos do pacote:

Expansão das facções e novos territórios

O plano é apresentado num contexto de expansão territorial das principais facções criminosas do país nas últimas décadas.

A partir dos anos 2000, organizações como o Comando Vermelho (CV), com base no Rio de Janeiro, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), oriundo de São Paulo, consolidaram parcerias com grupos locais, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

Essas áreas se tornaram estratégicas para o tráfico internacional de drogas, servindo como rotas alternativas para o escoamento de entorpecentes vindos da América do Sul, rumo à Europa, com menor vigilância por parte das autoridades brasileiras.

PEC da Segurança e articulação no Congresso

Paralelamente ao "Plano Real da Segurança", o governo também articula no Congresso a aprovação da PEC da Segurança, que amplia a atuação da União na formulação de políticas públicas de segurança.

Os principais pontos da PEC:

Caminho legislativo 

A expectativa é que o projeto de lei do Plano Real da Segurança seja enviado ao Congresso ainda em setembro. O governo aposta na urgência do tema e no apelo popular da pauta para acelerar sua tramitação e aprovação.

Ao reforçar a articulação entre União, estados e municípios, e ao criar mecanismos mais duros contra o crime organizado, o governo buscará reverter a curva de crescimento das facções e promover uma reestruturação nacional na política de segurança pública.