Países amazônicos pedem cooperação e condenam 'agressões e medidas unilaterais' na região
Os países-membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) reforçaram nesta sexta-feira (22) a necessidade de preservar a soberania regional e de ampliar a cooperação solidária entre as nações que compartilham a maior floresta tropical do mundo.
Em declaração conjunta ao fim da cúpula realizada na Colômbia, os líderes destacaram a "urgência" de manter a Amazônia como um território de "paz, estabilidade e justiça, livre de ameaças, agressões e medidas unilaterais, inclusive as coercitivas".
O posicionamento ocorre em meio à tensão provocada pela presença de embarcações militares dos Estados Unidos no Mar do Caribe, próximo ao litoral da Venezuela. Washington justificou o envio como parte de uma estratégia de combate ao narcotráfico na América Latina, Enquanto que governos da região, que veem risco de escalada e interferência externa.
Além da defesa da soberania, a OTCA ressaltou a necessidade de enfrentar desafios internos, como a conservação da Amazônia, a redução da pobreza e a superação das desigualdades. O documento também reforça a continuidade dos compromissos firmados na Declaração de Belém, assinada em 2023, que estabelece metas conjuntas para a proteção da floresta e o fortalecimento da cooperação entre os países amazônicos.
Lula crítica países ricos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do encontro ao lado dos líderes da Bolívia, Luis Arce, e da Colômbia, Gustavo Petro, além de representantes do Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Durante a reunião, Lula criticou o uso do combate ao crime organizado por países ricos como "pretexto para violar a soberania" de nações em desenvolvimento, apontando também que a luta contra o desmatamento tem sido utilizada como "justificativa para medidas protecionistas".
Em declaração conjunta, os líderes defenderam a construção de uma agenda de solidariedade cooperativa, que respeite a soberania e a jurisdição dos Estados-membros, fortaleça capacidades nacionais e coordene esforços para proteger a Amazônia e assegurar os direitos de seus povos.

