
Maduro acusa EUA de tentar 'mudança de regime' com ação militar no Caribe

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta sexta-feira (22) que os Estados Unidos estariam tentando derrubar o governo do país por meio de um "zarpazo terrorista militar", em referência ao recente anúncio de Washington sobre o envio de tropas ao sul do mar do Caribe, sob o pretexto de combater cartéis do narcotráfico.
O termo "zarpaço", usado por Maduro, faz alusão a um ataque súbito e violento, como um golpe dado com uma garra, sendo frequentemente empregado de forma figurada para descrever ações militares ou políticas abruptas e consideradas ilegítimas.

"O que ameaçam tentar contra a Venezuela, uma mudança de regime, um zarpazo terrorista militar, é imoral, criminoso e ilegal", declarou o presidente durante um ato em defesa da paz e da soberania no Palácio de Miraflores.
Durante seu discurso, Maduro ressaltou que "o direito internacional proíbe a ameaça do uso da força contra Estados soberanos e o uso da força contra Estados soberanos", relembrando episódios de agressões a países como Líbano, Síria, Irã, Vietnã, Iraque, Afeganistão e Líbia, justificadas por diferentes argumentos.
O chefe de Estado venezuelano agradeceu à população do país e à comunidade internacional pelas demonstrações de solidariedade. Ele destacou a rejeição global à possibilidade de um conflito armado na América do Sul.
Apoio externo
Governos do México, Bolívia, Cuba, Nicarágua e Colômbia, além dos países integrantes da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA), manifestaram oposição a qualquer ação militar dos Estados Unidos que possa violar a soberania de nações da região, independentemente do argumento apresentado pela Casa Branca.
China e Rússia também declararam apoio à Venezuela. Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, afirmou na quinta-feira (21) que Pequim rejeita qualquer medida que desrespeite a Carta das Nações Unidas e a soberania dos Estados, condenando tanto o uso ou a ameaça de força quanto a interferência de atores externos nos assuntos internos de Caracas.
O chanceler russo, Sergey Lavrov, reiterou a solidariedade de Moscou, enfatizando o apoio às iniciativas do governo venezuelano para preservar sua soberania e assegurar a estabilidade institucional diante da crescente pressão externa.

