O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (22) que o Brasil tem um "histórico de golpismo", mas destacou que o Poder Judiciário segue independente mesmo diante das críticas sofridas.
Relator das ações penais sobre a suposta trama golpista do governo de Jair Bolsonaro, Moraes participou de um evento com empresários no Rio de Janeiro.
Durante a palestra, o ministro traçou um panorama da redemocratização brasileira desde a Constituição de 1988, ressaltando que estabilidade democrática não significa tranquilidade, mas sim a existência de mecanismos constitucionais capazes de garantir a normalidade política.
"Apesar de todos os ataques, nós mantivemos o Poder Judiciário independente no Brasil, um Poder Judiciário independente e respeitado. O respeito se dá pela independência. Judiciário vassalo, covarde, que quer fazer acordos para que o país momentaneamente deixe de estar conturbado, não é independente", afirmou Moraes.
Ele ainda criticou a "impunidade, a omissão e a covardia", ressaltando que nenhuma nação prospera sob essas práticas.
Resistência à pressão
Ele enfatizou a autonomia do Judiciário brasileiro, afirmando que é preciso resistir a pressões.
"O juiz que não resiste à pressão deve mudar de profissão. O Judiciário cresce com a pressão", declarou.
Moraes enfatizou que, mesmo diante da polarização política e das críticas às instituições, o país conseguiu se manter sólido.
"Se não fosse essa odiosa polarização insuflada pelas redes, todos deveriam estar comemorando que o Brasil resistiu e manteve suas instituições democráticas", complementou.