Em culto no Rio, Malafaia afirma não ter medo de ser preso e compara Moraes e PF à Alemanha nazista

Em seu primeiro culto após ter sido alvo de um mandado de busca e apreensão da Polícia Federal (PF), o pastor Silas Malafaia proferiu um discurso político no qual afirmou não ter medo de ser detido e fez uma comparação entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e os nazistas.

O evento religioso na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, localizada na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, aconteceu na noite de quarta-feira (21) e teve duração aproximada de uma hora.

'Vamos acabar com a sua vida': Zé Trovão ameaça Moraes

Malafaia declarou que democracias não têm vínculo com comunistas ou socialistas, recordou sua experiência de apoiar diversos candidatos em eleições e chamou Moraes de líder da Gestapo, a polícia política do regime Nazista alemão.

O pastor relatou aos membros da congregação sua experiência na operação da PF contra ele no dia anterior, mencionando que tinha quatro cadernos usados para anotar seus discursos. 

Os agentes da PF examinaram os cadernos, e o pastor disse que pediu para que apenas um deles fosse devolvido. Em seguida, o delegado teria contatado seu superior, que ordenou a apreensão de todos os materiais. Nesse instante, Malafaia afirmou que a ordem partiu do "chefe da Gestapo de Brasília, Alexandre de Moraes".

Críticas a Eduardo Bolsonaro

Em áudio obtido pela PF divulgado ontem, Malafaia criticou duramente o deputado Eduardo Bolsonaro em mensagem ao pai do parlamentar: "Seu filho Eduardo é um babaca", disse o líder religioso a Jair Bolsonaro.

"Desculpa, presidente. Esse seu filho Eduardo é um babaca, inexperiente, que está dando a Lula e à esquerda o discurso nacionalista", comentou o pastor.

"E, ao mesmo tempo, te ferrando. Um estúpido de marca maior. Estou indignado! Só não faço um vídeo e arrebento com ele por consideração a você", completou Malafaia.

Em mensagem de texto ao pai, Eduardo Bolsonaro escreveu: "E vai decretar o resto da minha vida nesta porra aqui [Estados Unidos]. Tenha responsabilidade!". Na madrugada seguinte, o filho se desculpou e afirma que exagerou: "Fui duro demais, estava muito irritado naquele momento".

Discussões internas no clã Bolsonaro

Anteriormente, Jair Bolsonaro criticou o seu filho Eduardo por ter tido uma conduta "imatura".

Em comunicado à imprensa, o deputado Eduardo Bolsonaro chamou de "deplorável e vergonhoso" o vazamento das mensagens: "Interações privadas, totalmente comuns entre pai e filho e seus apoiadores", comentou. Para ele, a intenção da PF "não é buscar justiça, mas sim causar problemas políticos".