O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, destacou os principais pontos da posição de Moscou sobre a resolução do conflito ucraniano nesta quinta-feira (21), e reafirmou o comprometimento de seu país em encontrar uma solução confiável e segura.
- Ele enfatizou que Moscou sempre foi a favor de um "diálogo honesto".
- O ministro lembrou que "os princípios e garantias de segurança que foram acordados [...] por iniciativa da delegação ucraniana em Istambul em abril de 2022" foram apoiados por Moscou como sendo "verdadeiramente baseados no princípio da segurança coletiva e nos princípios da indivisibilidade da segurança".
- No entanto, ele mencionou que os planos atualmente em discussão na Europa com o regime de Kiev estão essencialmente "relacionados à concessão de garantias por meio de intervenção militar estrangeira em alguma parte do território ucraniano".
- Nesse sentido, ele enfatizou que "isso seria totalmente inaceitável para a Rússia e todas as forças políticas sensatas na Europa".
A Ucrânia não está pronta para um acordo
- Lavrov indicou que o regime de Kiev demonstra que não está interessado em um acordo de paz "sustentável e duradouro" em seu conflito com Moscou.
- O ministro observou que representantes do governo de Vladimir Zelensky falam apenas sobre a necessidade de novas sanções contra a Rússia e o colapso de sua economia.
- Além disso, sustenta que o regime de Kiev adota posições associadas a ideologias "neonazistas", viola gravemente "os direitos das minorias nacionais", promove a erradicação ilegal da língua russa na vida pública e restringe a Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica.
- Por outro lado, com seus apelos para se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin, Zelensky estaria substituindo "o trabalho sério e difícil de concordar com os princípios para uma resolução sustentável da crise" por truques de seu passado humorístico.
- Lavrov manifestou que Zelensky teme que a atenção dada a ele diminua, assegurando que isso já está acontecendo.
Um possível encontro entre Putin e Zelensky
- O ministro das Relações Exteriores russo lembrou que Putin disse repetidamente que está disposto a se reunir com o líder do regime de Kiev.
- Nesse sentido, ele enfatizou a necessidade de resolver a questão da legitimidade da pessoa que assinará esses acordos em nome do lado ucraniano em futuros pactos.
O que a Europa quer?
- Lavrov enfatizou que muitas das decisões de Kiev são incentivadas por seus "patrocinadores ocidentais" e são direcionadas contra "os esforços feitos pelo presidente Trump", com quem Moscou está "cooperando ativa e concretamente na busca por maneiras sustentáveis de longo prazo para resolver o conflito, com o objetivo de eliminar suas causas profundas".
- Ele acrescentou que os aliados europeus de Kiev, com sua postura em relação às garantias de segurança da Ucrânia, caracterizada por um total desrespeito aos interesses da Rússia, estão buscando "interromper a agenda" que visa alcançar uma paz duradoura.
- Além disso, de acordo com o ministro das Relações Exteriores russo, os países europeus "estão satisfeitos" com a maneira como o regime de Kiev está exterminando a língua russa, proibindo a Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica ou glorificando os colaboradores ucranianos, que foram condenados pelo Tribunal de Nuremberg por cooperarem com a Alemanha nazista.
- Segundo ele, "tal regime convém ao Ocidente".
- O ministro concluiu que quando a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e outros funcionários de alto escalão em Bruxelas "declaram grandiosamente que a Ucrânia deve ser apoiada até o fim porque a Ucrânia representa os valores europeus", eles estão fazendo "uma confissão, um reconhecimento do que esses valores europeus realmente são".