Autoridades italianas divulgam vídeo da prisão de ucraniano suspeito de ataque aos Nord Stream

Sergey K., que serviu como capitão das Forças Armadas da Ucrânia, foi localizado em Rimini e se entregou sem resistência.

As autoridades italianas divulgaram nesta quinta-feira (21) um vídeo da operação que resultou na prisão de Sergey K., de 49 anos, cidadão ucraniano suspeito de coordenar a sabotagem dos gasodutos Nord Stream, no Mar Báltico, em setembro de 2022.

Sergey teria liderado um grupo formado por dois soldados e quatro mergulhadores civis, recrutados secretamente por uma unidade militar especial ucraniana para instalar dispositivos explosivos. Segundo o Ministério Público Federal da Alemanha, ele desempenhou funções de coordenação durante o ataque a bordo do iate "Andromeda", que transportou os sabotadores até o local do incidente.

O suspeito foi localizado pelos Carabinieri na cidade de San Clemente, na província de Rimini, próxima à costa do Adriático, onde estava hospedado com a família. Ele se entregou sem oferecer resistência e foi levado à prisão local.

Investigadores afirmam que a localização de Sergey ocorreu após ele usar seu passaporte ucraniano para comprar passagens aéreas da Polônia e se hospedar em um hotel na Itália.

Durante sua carreira, Sergey serviu como capitão nas Forças Armadas da Ucrânia e trabalhou no Serviço de Segurança do país (SBU), além de atuar em uma unidade especializada em defesa aérea, informou o The Wall Street Journal, citando investigadores e fontes próximas ao caso.

Posicionamento da Rússia

Em 2022, o presidente russo Vladimir Putin declarou que os ataques aos gasodutos foram realizados por alguém "tecnicamente capaz de organizar as explosões e que já havia recorrido a tal sabotagem, tendo sido pego em flagrante, mas não punido", sugerindo que os Estados Unidos, sob a presidência de Joe Biden, poderiam estar envolvidos.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acrescentou que Moscou possui evidências do envolvimento britânico e americano na sabotagem.

Em março deste ano, o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, afirmou que Moscou e Washington discutiam a reconstrução dos gasodutos.

"Seria interessante se os americanos usassem sua influência na Europa e a obrigassem a não rejeitar o gás russo. Mas isso já é surreal", comentou.

Versões sobre os responsáveis

Em 2023, o jornalista americano Seymour Hersh concluiu que a Casa Branca estaria por trás do ataque. Por outro lado, várias reportagens da imprensa ocidental atribuíram o atentado a grupos de sabotagem ucranianos, que teriam chegado ao local a bordo do iate Andromeda.

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