Conselho de Segurança da ONU realiza reunião para tratar do ataque iraniano contra Israel
O Conselho de Segurança da ONU está reunido em caráter de urgência neste domingo para discutir o ataque iraniano contra Israel, conforme previamente informado por Dmitry Polyansky, representante da Rússia junto às Nações Unidas.
No sábado, o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) do Irã lançou dezenas de drones e mísseis contra o território israelense, em resposta ao recente ataque de Israel à missão diplomática de Teerã na Síria, que matou 16 pessoas, incluindo dois comandantes iranianos de alto escalão e cinco militares iranianos.
Conforme explicado pelo representante russo, "duas cartas foram entregues ao Conselho de Segurança". Uma delas foi entregue por Israel, e trata da suposta "violação da Carta da ONU pelo Irã". A outra foi entregue por Teerã, e contém informações sobre o ataque retaliatório, alegadamente realizado "dentro da estrutura do direito de autodefesa acordado no Artigo 51 da Carta da ONU".
"Inação" e "silêncio"
Em um comunicado publicado pouco após seu ataque contra Israel, o Governo do Irã manifestou-se através de sua Missão Diplomática Permanente junto à ONU para afirmar que as ações foram conduzidas "com base no Artigo 51 da Carta da ONU", que é referente à legítima defesa:
Conduzida com base no Artigo 51 da Carta da ONU, referente à legítima defesa, a ação militar do Irã foi uma resposta à agressão do regime sionista contra nossas instalações diplomáticas em Damasco. A questão pode ser considerada concluída.
Apesar de referir-se à questão como "concluída", o governo Iraniano acrescenta, na nota, que "se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa". "Esse é um conflito entre o Irã e o regime israelense desonesto, do qual os Estados Unidos devem se afastar", conclui-se.
Em uma nota separada e publicada algumas horas depois, a missão diplomática justifica a invocação do Artigo 51, afirmando que a medida retaliatória ocorreu "após um período de 13 dias marcado pela inação e pelo silêncio do Conselho de Segurança, juntamente à sua incapacidade em condenar as agressões do regime israelense".
Iran’s invocation of Article 51 of the UN Charter occurred following a 13-day period marked by the Security Council’s inaction and silence, coupled with its failure to condemn the Israeli regime’s aggressions. Certain countries’ precipitous condemnation of Iran’s exercise of its… pic.twitter.com/knuJrzS4ji
— Permanent Mission of I.R.Iran to UN, NY (@Iran_UN) April 14, 2024
"A condenação precipitada de alguns países ao exercício do direito legítimo do Irã sugere uma inversão de papéis, equiparando a vítima ao criminoso", lê-se na nota, em referência às reações de parte da comunidade internacional diante do ocorrido.
"Escalada grave e perigosa"
Gilad Erdan, representante de Israel junto às Nações Unidas, divulgou o conteúdo da carta entregue ao Conselho de Segurança em uma publicação no X. Através dela, o embaixador pede para que a ONU passe a considerar o "Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana como uma organização terrorista".
This evening, I sent an urgent letter to the president of the Security Council, @_VanessaFrazier. I called on the Council to hold an emergency meeting and demanded that they condemn Iran’s attack on Israel and designate the Iranian Revolutionary Guard Corps as a terror… pic.twitter.com/3AS6RvuV3M
— Ambassador Gilad Erdan גלעד ארדן (@giladerdan1) April 14, 2024
O embaixador também qualifica o ataque do Irã como uma "escalada grave e perigosa", menciona o confisco do navio realizado no sábado no Golfo Pérsico e tece duras críticas ao país. "O Irã representa uma ameaça direta à paz internacional, e descaradamente viola a Carta da ONU e as resoluções do Conselho de Segurança", argumenta.