Advogado diz que pedido de asilo foi 'sugestão recebida' e que Bolsonaro recusou

O advogado Paulo Cunha Bueno afirmou nesta quinta-feira (21) que Jair Bolsonaro (PL) recebia "todo tipo" de sugestões e que o pedido de asilo na Argentina, localizado pela Polícia Federal, foi uma delas. Ele disse não saber a origem da recomendação, que surgiu em fevereiro de 2024 e foi recusada pelo ex-presidente.

“Muita gente mandava muita coisa para ele. Todo tipo de sugestão. Alguém mandou para ele o pedido de asilo em fevereiro de 2024 — podia ter ido, mas não foi. Ele não quis, não estava em prisão domiciliar, nem tinha tornozeleira. Teria condições de se evadir e não se evadiu”, declarou ao G1.

Moraes em entrevista ao Washington Post: 'não existe a possibilidade de recuar nem um milímetro'

Segundo a PF, no telefone de Bolsonaro havia um documento sem data e assinatura solicitando asilo em caráter de urgência. Para os investigadores, o material mostra que, desde fevereiro de 2024, ele buscava formas de sair do país e escapar das apurações sobre a tentativa de golpe de Estado.

PF aponta autoria da família Bolsonaro

O laudo aponta como autora "Fernanda Bolsonaro", identificada como Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, nora do ex-presidente e mulher do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

A PF destacou ainda que, dois meses antes da última alteração do arquivo, Bolsonaro comunicou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que viajaria para a Argentina entre 7 e 11 de dezembro de 2023, o que reforçaria a suspeita de preparação para fuga.