Bancos tentam se recuperar na Bolsa após declaração de Dino sobre Lei Magnitsky

O setor viu uma perda de R$ 41,3 bilhões em valor de mercado no dia anterior.

As ações dos bancos no Brasil estão começando a se recuperar na sessão da Bolsa desta quarta-feira (20) após enfrentarem grandes quedas no dia anterior em meio aos novos desdobramentos do atrito entre Brasil e Estados Unidos, conforme comunicado pela Folha de São Paulo.

Às 10h37, logo após o início dos negócios, as ações do Santander estavam à frente na valorização do setor bancário, com um aumento de 1,11%. O Banco do Brasil (+0,6%), Bradesco (+0,5%) e Itaú (+0,35%) apareciam logo em seguida, enquanto o BTG apresentava um desempenho negativo, com uma baixa de 0,57%. No mesmo instante, o Ibovespa registrava uma alta de 0,24%, alcançando 134.763 pontos.

Essa recuperação ocorre após o setor ter perdido R$ 41,3 bilhões em valor de mercado na terça-feira. O impacto foi provocado por uma declaração do ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), que sugeriu a possibilidade de penalizar instituições que impusessem sanções financeiras a Alexandre de Moraes, seu colega no tribunal.

A decisão afeta as instituições financeiras em função das ações do governo Trump contra Moraes, que é alvo da Lei Magnitsky. Essa legislação determina o bloqueio de qualquer propriedade ou ativo que o juiz possua nos Estados Unidos, podendo também impedir que instituições financeiras americanas realizem transações em dólares com indivíduos sancionados, o que abrange, por exemplo, os cartões de crédito das marcas Mastercard e Visa.

A possibilidade de punições aos bancos começou a ser considerada no STF após ministros conversarem com banqueiros sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, e perceberem que a resposta foi abaixo do esperado.

A declaração do ministro gerou preocupações no setor bancário, de maneira que há receio que os Estados Unidos imponham restrições a essas empresas.