"A Europa vai gastar 100 bilhões de dólares que não tem, para comprar armas dos Estados Unidos que também não tem, para armar soldados ucranianos que agora não existem. Isso é para confrontar a Rússia, que durante 30 anos avisou que responderia à militarização de suas fronteiras pela OTAN", afirmou nesta terça-feira (19) o professor de Relações Internacionais da Universidade do Sudeste da Noruega, Glenn Diesen.
O comentário se refere aos planos de Kiev de gastar US$ 100 bilhões em armas americanas financiadas pela Europa, incluindo a produção de drones por empresas ucranianas em acordo com Washington, no valor de US$ 50 bilhões.
Diesen destacou que, até 2014, apenas "uma pequena minoria de ucranianos desejava aderir à OTAN, e a Rússia não reivindicava nenhum território da Ucrânia"; segundo ele, governos ocidentais apoiaram um golpe de Estado para aproximar o país da Aliança.
O especialista criticou a postura europeia. "A guerra já está perdida, e os americanos estão se afastando dela, pedindo aos europeus que assumam as consequências. Como os europeus respondem? Redobrando essa loucura, que destruirá a Ucrânia, nossas economias e nossa relevância no mundo, e que possivelmente desencadeará uma guerra nuclear", afirmou.
Diesen concluiu que o melhor para Kiev é "retirá-la da linha de frente da luta geopolítica: pôr fim à guerra, reconstruir a Ucrânia e substituir os blocos militares expansionistas pelo princípio da segurança indivisível".