Número de feminicídios de janeiro a junho já superam os registrados no mesmo período de 2024

Quatro mulheres por dia foram assassinadas em razão do gênero no Brasil, entre janeiro e junho deste ano. As informações mais recentes do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) revelam que ocorreram 718 mortes relacionadas ao gênero, número que já ultrapassa o total registrado nos primeiros seis meses de 2024, ano que contabilizou a maior quantidade de ocorrências (1.455) desde o início das estatísticas em 2015.
O jornal O Globo destacou nesta quarta-feira que São Paulo ocupa a primeira posição entre os estados com mais feminicídios no período, com 128 casos. Logo após estão Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro, com 60, 52 e 49 mortes, respectivamente.
Para aprimorar o mapeamento dos ataques de gênero, será inaugurado hoje, no Rio, um novo portal do Observatório do Feminicídio. Este projeto, coordenado pela Secretaria de Estado da Mulher em colaboração com a UFRJ, consolida informações de diferentes entidades de segurança, saúde pública e privada, além da Justiça sobre a violência contra mulheres.
Perfil das vítimas e dinâmica dos crimes
O painel revela que, entre os 42.152 casos registrados em 2025, 73,5% das vítimas eram mulheres, com a agressão física sendo a forma mais frequente de violência e o estupro o crime sexual mais comum. O estudo também indica que 42% dos casos eram repetidos e que apenas 22% das vítimas foram encaminhadas para a rede de proteção.
Uma parte dos dados obtidos pela Secretaria de Estado de Saúde refere-se a notificações obrigatórias, ou seja, aquelas que devem ser comunicadas às autoridades de saúde.
