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Venezuela mobilizará 4,5 milhões de milicianos em resposta aos EUA

Nicolás Maduro descreveu as ameaças de Washington como "extravagantes, bizarras e absurdas".
Venezuela mobilizará 4,5 milhões de milicianos em resposta aos EUAGettyimages.ru / Jesus Vargas

O presidente da venezuela, Nicolás Maduro, ordenou o deslocamento de 4,5 milhões de milicianos por todo o país para responder às ameaças do governo dos EUA.

"Esta semana, vou acionar um plano especial para garantir o deslocamento de mais de 4,5 milhões de milicianos em todo o país. As milícias estão preparadas, acionadas e armadas", enfatizou o presidente na segunda-feira (18), durante reunião com governadores e prefeitos.

No discurso, Maduro classificou como "extravagantes, bizarras e excêntricas" as medidas tomadas por Washington nos últimos dias, que incluem uma poderosa operação militar perto da costa venezuelana.

O que são milícias?

Apesar de levarem o mesmo nome, as milícias na Venezuela e no Brasil têm naturezas e propósitos distintos. No Brasil, tratam-se de organizações criminosas formadas por ex-agentes de segurança que atuam paralelamente ao Estado, explorando economicamente comunidades por meio de extorsão, grilagem de terras e serviços clandestinos.

Já na Venezuela, a milícia é uma força paramilitar oficialmente vinculada ao governo, composta por civis armados que apoiam as Forças Armadas e exercem funções de segurança e controle social.

Enquanto no Brasil as milícias desafiam o Estado, na Venezuela elas são instrumento dele.

"Campanha criminosa e feroz"

No último dia 17 de agosto, o Conselho Moral Republicano da Venezuela também se manifestou contra as recentes acusações dos EUA contra Maduro, a quem acusam de estar ligado ao tráfico internacional de drogas - um esquema que Washington vem promovendo há anos sem apresentar evidências para apoiar tais alegações.

A agência emitiu uma declaração condenando a "campanha brutal, criminosa e feroz" contra o presidente venezuelano, uma ação "sem precedentes no Hemisfério Ocidental".

O Conselho rejeitou categoricamente o anúncio da procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, de que a recompensa por informações que levassem à prisão do presidente venezuelano aumentaria de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões.

As Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) emitiram um comunicado repudiando as "declarações ridículas" do procurador dos EUA, que também "representam mais um ato de interferência nos assuntos internos da nação".