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O que aconteceu com Belka e Strelka, as heroínas da corrida espacial soviética?

Há 65 anos, em 19 de agosto de 1960, duas vira-latas chamadas Belka ("esquilo" em russo) e Strelka ("seta") embarcaram em uma missão histórica a bordo de uma espaçonave soviética.
O que aconteceu com Belka e Strelka, as heroínas da corrida espacial soviética?Sputnik

Um foguete que levava a bordo as cadelas chamadas Belka ("esquilo" em russo) e Strelka ("seta") foi lançada em 19 de agosto de 1960 do cosmódromo soviético de Baikonur.

Belka e Strelka se tornaram as primeiras criaturas vivas a realizar um voo orbital completo ao redor da Terra e retornar com vida, marcando um marco significativo na exploração espacial.

A missão espacial

A missão tinha como objetivo principal estudar os efeitos da microgravidade e da radiação cósmica em organismos vivos. Além de Belka e Strelka, a espaçonave transportava 42 camundongos, dois ratos, um coelho, várias espécies de plantas e fungos, além de algumas moscas. Todos os passageiros sobreviveram à missão, que durou 27 horas e realizou 17 órbitas ao redor da Terra.

Por que cachorros?

O voo dos cosmonautas de quatro patas foi resultado de uma série de experimentos com animais que começaram na URSS na década de 1950 e visavam monitorar as mudanças nas funções fisiológicas do corpo dos animais durante o voo e na ausência de gravidade. Os resultados dos estudos confirmaram a possibilidade de um voo humano ao espaço e seu retorno à Terra.

O primeiro grupo de cães – candidatos aos voos espaciais – era composto por vira-latas comuns. Os médicos acreditavam que eles estavam acostumados a lutar pela sobrevivência, eram despretensiosos e se apegavam rapidamente à equipe.

Muitos desses cães eram encontrados nas ruas de Moscou e já estavam acostumados a condições adversas, como frio e fome. Além disso, os cães são animais sociais e respondem bem ao treinamento, o que os tornava perfeitos para os experimentos espaciais.

Missão bem-sucedida

O sucesso da missão de Belka e Strelka teve um impacto significativo na corrida espacial. A sobrevivência dos animais demonstrou que organismos vivos podiam suportar as condições do espaço e retornar com segurança, abrindo caminho para futuras missões tripuladas. Em reconhecimento ao feito, as duas cachorras se tornaram celebridades internacionais, aparecendo em programas de rádio e televisão, além de serem homenageadas em selos e outros itens comemorativos.

Após a missão, Strelka teve seis filhotes com um cão chamado Pushok, que também participou de experimentos espaciais, embora não tenha viajado ao espaço. Um dos filhotes, chamado Pushinka, foi presenteado ao presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, em 1961. Pushinka teve filhotes com o cão de Kennedy, Charlie, e esses filhotes ficaram conhecidos como "pupniks".