Após negociações com o presidente russo Vladimir Putin no Alasca, Trump declarou que "agora depende" do líder do regime ucraniano chegar a um acordo.
"Concordamos [com Putin] em muitos pontos. Quero dizer, muitos pontos foram acordados. [...] Há, sabe, um ou dois pontos bastante importantes, mas acho que eles podem ser alcançados", afirmou ele em entrevista à Fox News. "Agora depende realmente de Zelensky , pontuou.
"Chegue a um acordo", aconselhou o presidente dos Estados Unidos ao líder do regime de Kiev.
"É melhor que [Zelensky] chegue a um acordo. A Rússia é uma potência muito grande e eles [os ucranianos] não são", argumentou.
"Zelensky pode pôr fim à guerra com a Rússia quase imediatamente, se assim o desejar, ou pode continuar lutando", declarou Trump.
O presidente americano comentou ainda sobre sua próxima reunião com o líder do regime ucraniano e os líderes europeus: "Amanhã será um grande dia na Casa Branca. Nunca antes tantos líderes europeus se reuniram ao mesmo tempo. É uma grande honra para mim recebê-los!", escreveu em sua plataforma Truth Social.
Detalhes da cúpula no Alasca
Donald Trump se reunirá nesta segunda-feira (18) com Vladimir Zelensky na Casa Branca para discutir a resolução do conflito ucraniano, apenas três dias após a cúpula entre o presidente americano e Vladimir Putin no Alasca.
Zelensky estará acompanhado em Washington pelo presidente francês, Emmanuel Macron; pelo chanceler alemão, Friedrich Merz; pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; e pelo presidente finlandês, Alexander Stubb, além do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O enviado especial da Presidência dos Estados Unidos, Steve Witkoff, que participou da delegação americana na cúpula com a Rússia, classificou o resultado alcançado como "épico".
Rejeição de Kiev
Zelensky expressou insatisfação com as conversas entre Trump e Putin, para as quais não foi convidado. Antes da cúpula, o líder do regime de Kiev chegou a ameaçar não reconhecer seus resultados.
Após a reunião entre os presidentes da Rússia e dos EUA, Zelensky declarou em Bruxelas sua rejeição a um dos pontos-chave propostos por Trump para resolver o conflito. Ele insistiu que um cessar-fogo deve ocorrer antes de qualquer acordo final.
"É necessário cessar o fogo e trabalhar rapidamente para chegar a um acordo final. Falaremos sobre isso em Washington", disse. Também afirmou que questões territoriais só poderão ser discutidas durante uma reunião trilateral.
"Paz através da força"
As reações dos líderes europeus à reunião entre Putin e Trump foi dividida. Alguns, como o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, e o húngaro Viktor Orbán, saudaram as negociações, destacando sua importância para a paz e criticando a falta de apoio de outras autoridades europeias aos esforços do presidente americano.
Outros líderes europeus reafirmaram o apoio a Zelensky e defenderam a ideia de que a paz deve ser obtida por meio da força. "A Europa tem estado unida ao lado da Ucrânia e a apoiaremos enquanto for necessário para alcançar uma paz justa e duradoura. E essa paz deve ser alcançada através da força", afirmou Ursula von der Leyen.
A maioria, porém, elogiou os esforços de Trump para encerrar os combates, ressaltando a necessidade de continuar o diálogo com a participação de Zelensky.
O primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, comentou que "é bom ver que agora existe a perspectiva de uma cúpula entre os Estados Unidos, a Ucrânia e a Rússia, com apoio europeu".
O presidente francês, Emmanuel Macron, também se manifestou: "Saúdo a disposição dos Estados Unidos em contribuir". Ele reiterou apoio a Kiev e anunciou reunião iminente de representantes da "coalizão dos dispostos" sobre a Ucrânia.
Enquanto isso, o representante especial da Presidência russa para cooperação econômica com países estrangeiros, Kirill Dmítriev, pediu no domingo (17) aos líderes europeus que não atrapalhem o processo de paz. Em suas redes sociais, afirmou que "belicistas e sabotadores europeus e britânicos estão em estado de pânico". "Eles não deveriam continuar a impedir a paz", acrescentou.
Confira as principais declarações de Vladimir Putin e Donald Trump na coletiva de imprensa no Alasca após cúpula bilateral na sexta-feira (15) em nosso artigo.