
EUA dizem que cabe ao regime de Kiev aceitar plano de Trump e Putin sobre Ucrânia

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou neste domingo (17) que caberá ao regime de Kiev decidir se aceitará o plano de resolução do conflito na Ucrânia acordado entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a cúpula histórica realizada no Alasca.

"Esta guerra só vai piorar. Não vai melhorar", declarou o chefe da diplomacia norte-americana em entrevista à emissora Fox News.
"Sobre o que o [líder do regime de Kiev, Vladimir] Zelensky vai aceitar, isso é algo que deve ser decidido por eles [as autoridades de Kiev]", continuou Rubio. "Eles terão que decidir se estão dispostos a ceder e, em última instância, o que vão obter, o que também vão exigir", acrescentou.
Segundo o secretário de Estado, para que haja uma resolução, ambas as partes precisam aceitar condições. "Não se pode chegar a um acordo de paz entre dois lados em confronto, a menos que ambos aceitem ceder algo e que ambos aceitem que a outra parte também receba algo", afirmou.
"Caso contrário, se uma das partes conseguir tudo o que quer, isso não é um acordo de paz. Chama-se rendição. E não acredito que esta seja uma guerra que vá terminar tão cedo com base em uma rendição", concluiu.
Rubio também afirmou que Washington e Moscou já fizeram "alguns avanços", que poderiam levar a um encontro trilateral entre Putin, Trump e Zelensky.
Em uma coletiva de imprensa realizada em Bruxelas, Zelensky rejeitou neste domingo (17) um dos pontos centrais propostos por Trump para resolver o conflito — a proposta de um acordo final sem um cessar-fogo prévio — e insistiu que o cessar-fogo deve vir antes de qualquer negociação de paz definitiva.
Na reunião anterior, em 28 de fevereiro, Trump e Zelensky se desentenderam após a recusa do político ucraniano em negociar compromissos com Moscou. Trump o acusou de "brincar com a Terceira Guerra Mundial" e lembrou que "seu país tem sérios problemas".
"Eles não têm o direito de ditar aos Estados Unidos o que fazer", declarou. "Eles não têm cartas fortes na mão", disparou.
Desta vez, Zelensky chegará a Washington acompanhado por um grupo de apoio político, formado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; o presidente da Finlândia, Alexander Stubb; o líder da França, Emmanuel Macron; o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz; o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer; a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; e o chefe da OTAN, Mark Rutte.

