
Irã alerta para 'enorme perigo à paz mundial' após plano de Netanyahu sobre 'Grande Israel'

O Ministério das Relações Exteriores do Irã condenou neste domingo (17) as declarações do primeiro-ministro de Israel, Benjamín Netanyahu, que afirmou nesta semana apoiar a visão de um "Grande Israel", ideia que implicaria a anexação por parte de Tel Aviv de diversos territórios do Oriente Médio pertencentes a outros Estados.
Em comunicado, o ministério declarou que os planos de Israel de deslocar os habitantes da cidade de Gaza, somados às afirmações "extremamente perigosas" de Netanyahu sobre o "Grande Israel", demonstram "a natureza hegemônica do regime" israelense e "o enorme perigo" que este "tem criado para a paz e a segurança da região e do mundo".
A chancelaria iraniana classificou a decisão de ocupar a cidade de Gaza e de transferir sua população para o sul do enclave como "um claro exemplo de crime de guerra e crime contra a humanidade", com o objetivo de "erradicar a Palestina como nação e identidade".

Segundo o comunicado, isso só é possível devido à "impunidade dos líderes criminosos do regime sionista", que contam com "amplo apoio político e militar dos Estados Unidos" e de "alguns países europeus". Também criticou "a incapacidade de qualquer ação séria por parte do Conselho de Segurança da ONU e dos tribunais internacionais para responsabilizar seus líderes".
Nesse contexto, o Irã conclama a comunidade internacional, "especialmente os países islâmicos", a agir de imediato para "deter a incitação à guerra e o genocídio contra o povo palestino".
As declarações do Irã coincidem com o anúncio de Israel de que "em breve passará para a próxima etapa" da guerra contra o grupo Hamas, com foco na cidade de Gaza.
No sábado (16), as Forças de Defesa de Israel informaram que se preparam para deslocar os palestinos que estão na zona de combate para o sul da Faixa, após a aprovação, pelo Gabinete de Segurança de Israel, de um plano controverso para que o Exército assuma o controle da cidade de Gaza. Segundo informações da imprensa israelense, a operação pode envolver o deslocamento de cerca de 800 mil civis palestinos.
