Medvedev lista principais avanços alcançados na cúpula entre Putin e Trump

O ex-presidente russo ofereceu a análise através de um comunicado deste sábado.

Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança e ex-presidente da Rússia, divulgou neste sábado (16), através de um comunicado, os "primeiros resultados" da cúpula no Alasca entre Vladimir Putin e Donald Trump, realizada no dia anterior.

Os principais pontos listados foram:

  1. Foi restabelecido um mecanismo completo para reuniões entre Rússia e Estados Unidos no mais alto nível. "Tranquilidade, sem ultimatos nem ameaças", precisou Medvedev.

  2. O presidente russo "explicou pessoalmente e em detalhes" ao seu homólogo americano as condições de Moscou para pôr fim ao conflito ucraniano.

  3. "Após quase três horas de conversa, o chefe da Casa Branca recusou-se a aumentar a pressão sobre a Rússia. Pelo menos por agora".

  4. "O encontro demonstrou que negociações são possíveis sem condições prévias e em paralelo à continuação da operação especial", destacou Medvedev, classificando este aspecto como muito "importante".

  5. E "o principal" é que "ambas as partes atribuíram diretamente a Kiev e à Europa a responsabilidade por alcançar resultados futuros nas negociações para cessar as hostilidades", concluiu.

Sobre o que conversaram Trump e Putin?

Os presidentes da Rússia e dos EUA, Vladimir Putin e Donald Trump, reuniram-se na sexta-feira (15) na base militar Elmendorf-Richardson, no Alasca, em um encontro classificado por ambos como "construtivo e de respeito mútuo".

Em particular, Putin ressaltou que "por mais de quatro anos não foram realizadas cúpulas russo-americanas" e que esse período foi muito difícil para as relações bilaterais, que "afundaram ao nível mais baixo desde a Guerra Fria".

"Obviamente, cedo ou tarde seria necessário corrigir a situação, passar da confrontação ao diálogo, e nesse sentido, um encontro pessoal entre os chefes de Estado era realmente necessário", enfatizou durante uma coletiva de imprensa conjunta.

No entanto, lembrou a necessidade de abordar as causas profundas da crise: "Devem ser consideradas todas as preocupações legítimas da Rússia e deve ser restabelecido um equilíbrio justo no campo da segurança na Europa e no mundo como um todo", explicou.

Trump, por sua vez, afirmou que os dois líderes alcançaram "alguns avanços" e "grandes progressos". "Houve muitos pontos em que concordamos, e diria que a maioria", declarou.

O presidente dos EUA também afirmou que agora, a Ucrânia terá que "aceitar" o que a delegação americana discutiu durante o encontro com a parte russa. "Agora depende" do líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, para que seja alcançado um acordo, acrescentou, em entrevista à emissora Fox News.

"É melhor que ele feche um acordo. A Rússia é uma potência muito grande, e eles [Ucrânia] não são", reiterou.