Moscou não descarta revisar moratória sobre implantação de mísseis
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A Rússia não descarta a possibilidade de revisar a moratória sobre a implantação de mísseis de curto e médio alcance devido aos planos dos EUA de colocar os mesmos sistemas na região da Ásia-Pacífico, declarou na quinta-feira o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Ryabkov, citado pela RIA Novosti.
"Como foi discutido recentemente durante a visita do ministro russo das Relações Exteriores a Pequim, devemos responder à dissuasão dupla com uma contração dupla. Um dos pontos dessa reação será, sem dúvida, a revisão de nossa abordagem à moratória unilateral sobre a instalação de tais sistemas anunciada [...] por nosso presidente", sublinhou o alto diplomata.
Ryabkov também confirmou que a implantação desse tipo de armamento pelos EUA na ilha de Guam, no Oceano Pacífico, será um impulso para a revisão da moratória. "Sempre levantamos a questão no sentido de que o surgimento de tais sistemas em qualquer região" levará a medidas de resposta, explicou o vice-ministro, acrescentando que essa abordagem também se aplica totalmente à Europa.
As declarações do diplomata vêm dias depois que vários meios de comunicação informaram sobre a possível implantação de tais sistemas na Ásia pelos EUA.
- Em 2019, Washington anunciou sua retirada do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, em suas siglas em inglês), assinado em 1987 pela URSS e os EUA, argumentando que Moscou se recusou a destruir um míssil de cruzeiro que violava essas disposições.
- O Kremlin, por sua vez, declarou que "por iniciativa da parte norte-americana" o documento foi rescindido. O acordo previa a eliminação de mísseis balísticos e de cruzeiro com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros e baseados em terra, tanto nucleares quanto convencionais.