Rússia desclassifica arquivos sobre a ocupação nazista da região russa de Smolensk
O departamento do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) para a região russa de Smolensk desclassificou documentos de arquivo sobre as execuções em massa de civis realizadas pelos nazistas durante a ocupação da região, como parte do projeto Sem prescrição.
"Em 1941, nosso regimento reuniu mais de 1.000 residentes locais [...] [Eles] foram despidos e descalços e, em seguida, fuzilados com armas automáticas nos arredores de Smolensk. Entre os fuzilados estavam mulheres e crianças", segundo a ata de audiência do tanquista alemão Karl Schneider, que está nos arquivos.
Além disso, os documentos incluem o testemunho do prisioneiro de guerra alemão Heinz Winkler, que afirma que, após a Wehrmacht ter ocupado Smolensk, a população da cidade foi submetida a um extermínio em massa. "À menor suspeita, a SS pegava famílias inteiras, levava-as para fora da cidade e as matava", declarou Winkler.
Entre os materiais preservados, há evidências de que os 30 mil prisioneiros de guerra mantidos no inverno de 1941-1942 em um campo de Smolensk não receberam quase nenhum alimento ou abrigo, causando a morte de milhares. As forças alemãs incendiaram vilarejos inteiros, cujos habitantes não tiveram oportunidade de sair das casas em chamas porque elas estavam tapadas.
"Em geral, não consigo me lembrar do número de civis soviéticos fuzilados e enforcados por um pelotão de fuzilamento, já que é significativo", explicou o cabo capturado da 268ª Divisão de Infantaria da Wehrmacht Hans Farber.
O Exército alemão chegou a Smolensk em 16 de julho de 1941, e por mais de duas semanas houveram ferozes combates. No final do mês, as tropas soviéticas foram expulsas da cidade.
Dois anos depois, de 7 de agosto a 2 de outubro de 1943, foi realizada a operação de libertação da região. O Exército Vermelho derrotou o inimigo e conseguiu avançar de 200 a 250 quilômetros para o oeste, marcando o início da libertação de Belarus.