Lula desmente acusações de Trump sobre relação comercial: 'Eles só têm lucro'

Presidente afirmou que Brasil é bom parceiro comercial e que não aceitará ameaças externas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira (14), em Recife (PE), as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o Brasil.

Durante a entrega de títulos de regularização fundiária em Brasília Teimosa (PE), Lula disse que as afirmações de que o país é um "péssimo parceiro comercial" são "mentira", garantindo que o Brasil "não vai andar de joelhos para o governo americano".

"Eles só têm lucro. Eles venderam pra nós 87 e nós só vendemos pra eles 80. Eles já ganharam 7", afirmou Lula, acrescentando que, em 15 anos, os EUA acumularam superávit de US$ 410 bilhões no comércio bilateral. Ele ainda indicou que empresas de tecnologia recebem cerca de R$ 23 bilhões por ano no Brasil.

"O Brasil é bom. Só não vamos andar de joelhos para o governo americano", disparou.

Caso Bolsonaro

O presidente também rebateu críticas de Trump sobre democracia e direitos humanos no Brasil, comentando o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Bolsonaro não está sendo julgado por bondade. Ele está sendo julgado porque tentou dar um golpe de Estado no dia 8 de janeiro", disse, citando supostos planos do ex-presidente que incluem o assassinato de autoridades, a implantação de um caminhão-bomba no aeroporto de Brasília, ataques à Polícia Federal e incêndios a ônibus.

Lula comparou Trump a Bolsonaro, afirmando que ambos questionaram eleições e estimularam invasões. "Eu disse ao presidente Trump: se você morasse no Brasil e tivesse feito o que você fez nos Estados Unidos, aqui também você seria julgado e, se culpado, iria para a cadeia."

Encerrando o discurso, Lula enfatizou: "Eu sou um homem da paz, eu não quero briga com ninguém. Mas eles têm que saber que esse país é do povo brasileiro, e é o povo brasileiro que manda nele."

A fala de Lula ocorre em meio a tensões entre Brasil e Estados Unidos, com o governo americano aumentando tarifas sobre produtos brasileiros e criticando o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar disso, o Brasil mantém disposição para negociar, mas reafirma que seu processo judicial interno não aceitará interferências externas.

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